ACOLHIMENTO HUMANIZADO DOS PACIENTES EM MEIO A PANDEMIA

Suéle Andressa Knoll, Raphaela de Moura dos Santos, Simone Caldas Bedin

Resumo


Através da criação da política nacional de humanização - HumanizaSUS em 2003, o atendimento ao paciente em todas as entidades públicas de saúde do Brasil sofreram grandes mudanças e tiveram que se reinventar através de três princípios básicos: a transversalidade; a indissociabilidade entre atenção, gestão e o protagonismo; a corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e coletivos, surgindo assim o acolhimento humanizado. Quando falamos de acolhimento humanizado na saúde estamos falando da integração de valores, comportamentos e ações por parte de toda a equipe que está atendendo o sujeito, ou seja, entender a história do sujeito, o que o motiva a estar ali e todas suas singularidades e particularidades. Mediante a pandemia da Covid-19, a necessidade de humanização nos cuidados de âmbito hospitalar cresceu, mas a demanda de pacientes para realização de exames no Centro de Diagnóstico e Intervenção por Imagem (CDII) presente no Hospital Santa Cruz continuou; em meio a pacientes que devem fazer seus exames periódicos, temos os pacientes suspeitos que necessitam de exames mais complexos para seu diagnóstico. A partir dessa nova demanda e dos preceitos do HumanizaSUS, realizamos um relato de experiência durante o estágio no projeto ?Posso ajudar?? do HSC, onde observamos as relações que ocorreram dentro do centro, destacando-se aqui a relação equipe/paciente onde observamos o dia a dia de como foi construir um protocolo de segurança para os pacientes e seus acompanhantes, como foi colocá-lo em ação e suas modificações, conforme as necessidades de cada paciente. Já se passaram sete meses desde o começo da pandemia da Covid-19 e as mudanças no setor são visíveis, foram muitas tentativas e erros até chegar nas principais mudanças, diga-se de passagem, pequenas mudanças que se mostraram certeiras, como o afastamento e transferência de colaboradores de risco, instalação de acrílico nas mesas de atendimento (barreira física), instalação de mais pontos de distribuição de álcool gel, marcações de distanciamento nas cadeiras da recepção, assim como limitação do número de pacientes dentro do centro clínico, verificação de temperatura, obrigatório o uso de máscara por parte do paciente e dos colaboradores. Além de um protocolo específico para atendimento de casos suspeitos de Covid-19, que são marcados em horários específicos e estratégicos, e quando o paciente chega para realização do exame toda a equipe é avisada, acontece a preparação e colocação de todo o EPI obrigatório da equipe e, enfim, a higienização de todo o local que teve a circulação do suspeito de Covid-19. Por fim, não podemos esquecer que mais que uma doença ainda é o paciente, um sujeito, alguém que é importante para muitos e que precisa de mais que só um protocolo de segurança, precisa da empatia das pessoas que o cercam, da equipe que vai ajudá-lo a passar esse momento tão delicado e cheio de incertezas. O paciente é acolhido desde sua chegada até sua saída; perguntamos da necessidade de algum atendimento especial, como o uso de cilindros de oxigênio ou de um atendimento mais ágil quando paciente de risco, a necessidade de acompanhante ou até uma breve conversa sobre como é realizado o exame, visando tranquilizar o paciente. Com isso, estamos tendo extremo sucesso na contenção da propagação da Covid-19 dentro do Centro de Diagnóstico e Intervenção por Imagem, seguindo as normas, com a colaboração de todos, e buscando na situação de pandemia o acolhimento humanizado.

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


ISSN 2764-2135