EDUCAÇÃO INFANTIL: O ESTÁGIO CURRICULAR E A EDUCAÇÃO REMOTA

Larissa Pacheco dos Santos, Carla Lavínia Pacheco da Rosa

Resumo


A realização do estágio de maneira remota foi, com toda a certeza, uma experiência única, repleta de descobertas e novos aprendizados. O novo Coronavírus (COVID-19) fez com que todos aprendessem uma nova forma de ser e estar no mundo. Em educação e no processo educativo, não foi diferente. Foi necessária uma reestruturação do processo educativo, muito diálogo e a revisão de inúmeros hábitos e valores. O momento que estamos vivendo é único em termos da busca por alternativas no arrojo dos espaços educacionais. É importante refletir sobre as mudanças em nossa rotina enquanto estudantes e, também, enquanto futuras pedagogas. Esta escrita busca apresentar algumas experiências e reflexões a respeito da realização do Estágio na Educação Infantil de maneira remota. Essa experiência foi, desde o início, diferente de tudo o que já havíamos experienciado. O contato com a turma foi totalmente diferente do vivido até então. O reconhecimento das crianças ocorreu através de relatos e registros da professora. O estabelecimento de uma relação ética e responsável com a titular da turma foi essencial para a realização deste estágio. O planejamento foi algo totalmente novo e desafiador. Muitas eram as questões a serem pensadas e levadas em consideração durante a preparação das atividades. Quanto tempo as famílias levariam para realizar as atividades? Quais os materiais necessários? As famílias teriam esses materiais em casa? Os pais teriam tempo e sensibilidade para explicar para as crianças como as atividades seriam realizadas? Ou apenas ?cumpririam? tarefas, ainda assim, quando lhes restasse algum tempo no dia? Muitas foram e são as questões a serem discutidas e pensadas, mas vivenciar esse momento e as experiências ainda durante a graduação, com toda a certeza, foi uma grande aprendizagem. Foi preciso uma reorganização singular enquanto docente. Foi necessário aprender o ?novo e o inusitado?. Buscamos nos colocar no lugar do outro e planejar pensando nos mínimos detalhes. Os diferentes contextos e as diferentes famílias foram um desafio diário e intenso. Acredito que uma das maiores mudanças foi aprender a ser diferente de tudo o que vimos e fazíamos até então. Usar a tecnologia como grande aliada, gravar vídeos, fazer edições, buscar materiais alternativos e pensar em ações que realmente envolvessem a criança e a sua vontade de brincar e realizar o proposto. O momento foi de pensar fora da caixa, de se reinventar e de se adaptar às mudanças que chegaram sem avisar. Por mais difícil que tenha sido no início e, provavelmente, ainda seja, para algumas pessoas, acredito que esse foi um processo importante, ele nos trouxe algumas inquietações, em relação à vida e ao cotidiano. Algumas ações que eram realizadas de maneira automática e, que, às vezes, já haviam perdido o sentido há muito tempo, voltaram a fazer parte do dia a dia. Esse período foi um marco importante para a história da humanidade, um momento de parada, que nos possibilitou uma nova reflexão sobre o planejamento, a prática docente e o processo de construção do conhecimento, além é claro, das inúmeras questões referentes às necessidades e o reconhecimento do trabalho docente. Ter a possibilidade de viver essa experiência, ainda enquanto estudante, foi um grande diferencial para nossa formação. Possibilitou-nos viver essa mudança com tranquilidade, com muito diálogo, reflexões, e também, com o auxílio de nossos professores orientadores.

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ISSN 2764-2135