A NOVA CLASSIFICAÇÃO PERIODONTAL

Eduarda da Silveira Borstmann, João Victor Reis Trindade, Kathleen Elizabeth Zimmer, Ricardo Sartori

Resumo


Introdução: As doenças periodontais, em sua grande maioria, são resultantes de um desequilíbrio microbiano em contraste às defesas do hospedeiro. Em 2017, uma conferência com cerca de 110 especialistas discutiu o diagnóstico e o tratamento dessas patologias, e a partir disso, surgiu um novo sistema de classificação das doenças e condições periodontais e periimplantares. Na realização do exame clínico se leva em consideração a profundidade clínica de sondagem, o nível clínico de inserção, a presença de sangramento e supuração à sondagem (SS), o grau de envolvimento de furca, o índice de perda óssea radiográfico, a mobilidade dentária e o fenótipo gengival. Então, consegue-se elaborar um diagnóstico e indicar um tratamento adequado para o caso. Objetivos: Conhecer o Novo Sistema de Classificação das Doenças e Condições Periodontais e suas nuances, objetivando melhorar as práticas clínicas nos procedimentos periodontais da Clínica de Odontologia da UNISC. Metodologia: Foi realizada uma revisão de literatura nas principais bases de dados científicos (Portal de Periódicos da CAPES, Scielo, PubMed). Esse tema, ainda, não está em livros da área da Odontologia, por ser uma discussão muito recente, presente apenas em publicações de revistas científicas. Resultados: A literatura estudada preconiza critérios para avaliar as patologias periodontais, por exemplo: uso de sonda periodontal milimetrada, avaliação de 6 sítios por dente, inclinação da sonda paralela ao longo eixo do dente e aplicação de força de 25 N. Esse instrumento, associado a exames complementares radiográficos, permite um correto exame clínico e diagnóstico dessas doenças, que podem ocorrer nos tecidos em torno dos dentes e dos implantes. A saúde gengival e periodontal consiste na ausência de inflamação clinicamente detectável em periodonto íntegro (ausência de perda de inserção clínica) ou reduzido (presença de perda de inserção clínica). Essa última condição é encontrada em pacientes sem periodontite prévia, quando a perda ocorre devido a outro fator, e em pacientes com periodontite estável. A gengivite é a inflamação do periodonto de proteção associada ao biofilme e a fatores de risco sistêmicos ou locais. Da mesma forma, acomete periodonto íntegro e reduzido. De acordo com o escore de SS, é dividida em localizada e generalizada. A periodontite é uma doença inflamatória crônica multifatorial, também associada ao biofilme, que atinge o periodonto de sustentação. Ela é examinada, de uma forma geral, sob diferentes perspectivas: gravidade e complexidade de cada caso, divergindo-a em quatro estádios: extensão e distribuição da doença, separando-a em localizada, generalizada e padrão incisivo-molar; taxa de progressão, resposta antecipada ao tratamento e saúde sistêmica, segmentando-a em graus A, B e C. Além disso, as condições que afetam os tecidos periimplantares recebem outra classificação: saúde periimplantar, mucosite periimplantar e periimplantite, semelhante à dentição natural. Conclusão: É essencial o diagnóstico correto para a definição de planos de prevenção e tratamento. No entanto, há limitações que influenciam o resultado do exame: falta de padronização das sondas, variabilidade do examinador e fatores relacionados ao paciente. A saúde periodontal é muito dependente da higiene bucal do indivíduo e a manutenção periódica preventiva, apesar de outros fatores modificarem e determinarem a doença, como tabagismo e diabetes.

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ISSN 2764-2135