ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO TRABALHO DE PARTO PREMATURO EM GESTANTE ADOLESCENTE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Francine Laís Kratzke, Mari Ângela Gaedke

Resumo


Introdução: A adolescência é uma importante fase do desenvolvimento físico e psicossocial e, também, de grandes transformações corporais, cognitivas e psicológicas. Nessa fase de desenvolvimento, os adolescentes apresentam um risco maior de contrair Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e gravidez precoce indesejada ou não planejada. A gestação nessa etapa da vida pode ser considerada um problema de saúde pública, pois oferece riscos ao desenvolvimento da criança gerada e da própria gestante adolescente. Diante do exposto, visto que a enfermagem tem um amplo campo de atuação, tanto assistencial quanto de educação em saúde, este estudo de caso teve como objetivo relatar um caso de trabalho de parto prematuro em gestante adolescente e aplicar o processo de enfermagem. Metodologia: Trata-se de um estudo de caso como abordagem metodológica, realizado em uma maternidade de um hospital-escola localizado no interior do Rio Grande do Sul (RS), durante aulas práticas da disciplina de Enfermagem no Processo de Cuidar ? Unidade de Clínica Obstétrica, de um curso de graduação de Enfermagem. Os dados foram coletados mediante assistência à paciente; para subsídio teórico, foram feitas buscas na Biblioteca Virtual em Saúde. Para identificação dos Diagnósticos de Enfermagem, foi usada a Taxonomia II da NANDA-I. Resultados: Paciente A., 18 anos, primigesta, com 32 semanas e 1 dia, estava internada na unidade para sedação de trabalho de parto prematuro, com história de leucorréia e febre de 38°C, com diagnóstico médico de candidíase. Relatou ser estudante, não ter planejado a gravidez, pois fazia uso de métodos contraceptivos, aparentemente possuía pouco vínculo com o pai de seu filho e morava com a mãe. Como diagnóstico de Enfermagem, segundo a Taxonomia II da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA-I), foi elencado para o caso: a) risco de paternidade ou maternidade prejudicada, evidenciado por falta de preparo cognitivo para maternidade, gravidez não planejada e falta de coesão familiar; b) risco de binômio mãe-feto perturbado, relacionado a complicações da gestação, como o Trabalho de Parto Prematuro. Conforme a Nursing Intervensions Classification (NIC), elencou-se como intervenções a serem tomadas com relação aos presentes diagnósticos: a) verificar os sentimentos da família sobre uma gestação indesejada, observar morbidades maternas que possam retardar a integração ao seu filho, verificar o estado educacional da mãe, desenvolvimento dos pais e estado econômico da mãe; b) melhorar o sistema de apoio, promoção da integridade familiar, monitoração dos sinais vitais e monitorização do feto. Conclusão: Diante do exposto, fica claro a necessidade de garantir um olhar diferenciado e específico para a gestação na adolescência, devido à complexidade da situação, tanto pela dependência familiar quanto pela falta de autonomia financeira, assim como, também, pela pouca maturidade emocional para tomada de decisões e aceitação das mudanças que surgem com a maternidade. Durante o pré-natal é importante orientar os futuros pais sobre a necessidade dos hábitos de vida saudáveis durante a gestação, assim como os cuidados específicos da gravidez e os que devem ser dispensados ao seu filho.


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ISSN 2764-2135