DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM NA PRÉ-ECLÂMPSIA: UM RELATO DE CASO

Maite da Silva Lima, Carolina Levermann Baptista, Mari Ângela Gaedke

Resumo


Introdução: A pré-eclâmpsia (PE) é o quadro de hipertensão após a 20ª semana de gestação, acompanhada de proteinúria. A gestante, que passa a ser considerada de risco, pode apresentar sintomas como cefaleia, distúrbios visuais, dor abdominal e sinais, como plaquetopenia e aumento das enzimas hepáticas. Apesar de diversos estudos, ainda não se sabe a etiologia da pré-eclâmpsia, porém acredita-se que fatores genéticos, imunológicos e ambientais contribuem. O tratamento normalmente requer a hospitalização da gestante para acompanhamento do seu bem estar e do feto, monitorização da pressão arterial e sintomas de iminência de eclâmpsia, controle de exames laboratoriais, contagem dos movimentos fetais diários e cardiotocografia. Nesse cenário a assistência de enfermagem torna-se fundamental. Teve-se como objetivo identificar os principais diagnósticos de enfermagem (DE) em um caso clínico PE. Metodologia: Trata-se de um estudo de caso em uma maternidade de hospital de grande porte, situado na região centro-oeste do Rio Grande do Sul, desenvolvido durante aulas práticas de um Curso de Graduação em Enfermagem. Os dados foram coletados mediante consulta ao prontuário e anamnese e exame físico. Para identificação dos DE utilizou-se a Taxonomia II da NANDA-I. Resultados: A gestante, com 33 anos, 34 semanas de gestação, primigesta, teve o diagnóstico de pré-eclâmpsia confirmado com exames laboratoriais, apresentou relação proteína/creatinina de 0,500, vinha em uso de metildopa. No momento, única queixa era de polaciúria; afirmou ter descoberto as crises hipertensivas durante consulta de pré-natal e histórico familiar de PE. Gestação planejada, manifestou desejo de parto normal, porém aceita possível conduta de parto cesário devido a PE. Ao exame físico, feto em posição cefálica, BCF 110 bpm, altura uterina 34cm, condizente com semanas de gestação, contrações de Braxton Hicks, edema em membros inferiores. É de suma importância o acompanhamento obstétrico com essa gestante, pois esse evita a evolução para eclâmpsia, que é uma complicação da PE, ocasionando convulsões. Destaca-se o papel da equipe de enfermagem na identificação de sinais de gravidade. Como DE prioritários elencou-se: disposição para conhecimento melhorado relacionado ao interesse em receber orientações quanto à sua saúde, evidenciado por expressar desejo de melhorar a aprendizagem; ansiedade relacionada ao desejo de parto normal que não será possível e risco de morte materno-fetal, evidenciado por preocupações em razão de mudança em eventos da vida; risco de perfusão tissular cerebral ineficaz relacionado à hipertensão; Risco de binômio mãe-feto perturbado relacionado a complicação gestacional. Dentre as orientações prestadas à gestante, foi informado a necessidade de prestar atenção aos sinais premunitórios, e preferência em manter repouso em decúbito lateral esquerdo. Conclusões: Reforça-se a importância de um pré-natal qualificado, bem como, da gestante seguir as consultas padronizadas, pois em casos da não apresentação de sinais e sintomas, é onde pode-se identificar e diagnosticar a PE. O enfermeiro deve estar atento aos sinais e sintomas, portanto é fundamental que estes profissionais estejam capacitados para trabalhar e cuidar dessas pacientes de forma humanizada e baseada em conhecimentos científicos. Ressalta-se ainda que os DE direcionam o cuidado de forma a garantir a integralidade da assistência.


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ISSN 2764-2135