PERDA DE PESO DE UM RECÉM-NASCIDO EM AMAMENTAÇÃO EXCLUSIVA E AS INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM

Vanessa Gabriela Heinen, Ingre Paz

Resumo


Introdução: A perda de até 10% do peso do recém-nascido (RN) é esperada nos seus primeiros dias de vida devido aos seus mecanismos de regulação fisiológica. Porém, grandes perdas são consideradas anormais e devem ser corrigidas tão logo quanto for possível. Enfermeiros possuem capacidades técnicas e científicas para identificar essas anormalidades e intervir para a regularização do quadro. Objetivo: Conhecer fatores relacionados à perda de peso anormal em RNs e estabelecer diagnósticos e intervenções de Enfermagem para essa situação. Metodologia: Trata-se de um estudo de caso realizado em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal em um Hospital-escola durante as aulas práticas da disciplina de Clínica Pediátrica do curso de Enfermagem. Os dados foram coletados mediante assistência ao paciente e as buscas pelos referenciais foram realizadas na base de dados Scielo e em livros. Resultados: Paciente M., sexo feminino, 20 dias, há 6 dias em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Nasceu de parto cesáreo com 2.340g. Amamentada exclusivamente ao seio materno. Aos 14 dias de vida foi internada com 1.555g de peso, com febre e sinais de desidratação. Sua perda de peso representa o percentual de 33,5%. Discussão: A maioria dos RNs perdem peso nos primeiros dias de vida. A média de redução do peso para RNs amamentados exclusivamente é de 5 a 7%. A porcentagem de perda de peso aceitável tem variação entre as literaturas, ainda assim, valores entre 7 a 10% são considerados normais para RNs alimentados com leite materno. É recomendado o monitoramento dos neonatos com perda maior de 7%, pois isso pode indicar erros na alimentação/amamentação que devem ser precocemente corrigidos. Estudos associaram uma perda de peso maior do que 10% com o diagnóstico de hipernatremia, uma patologia grave caracterizada por altas concentrações de sódio no sangue e associada com problemas na alimentação/amamentação, acometendo, inclusive, neonatos saudáveis. Essa relação se dá por questões fisiológicas que envolvem o retardo na secreção do leite, assim como a grande administração de líquido durante o trabalho de parto materno, causando hipervolemia e aumento da diurese nos recém-nascidos no seu primeiro dia de vida e consequente redução do peso. Fatores como o nível de escolaridade da mãe, idade, experiências anteriores com a amamentação (principalmente se foram negativas) devem ser considerados e fazem relação com a perda de peso acentuada após o nascimento. Para essas situações, alguns dos diagnósticos de Enfermagem podem ser elencados: amamentação ineficaz relacionada ao atraso do estágio II da lactogênese, evidenciada por perda de peso do lactente sustentada; nutrição desequilibrada, menor do que as necessidades corporais, relacionada à ingestão alimentar insuficiente, evidenciada por peso 20% ou mais abaixo do ideal. Intervenções como assistência na amamentação e alimentação por mamadeira podem ser realizadas pela equipe de Enfermagem. Considerações finais: A perda de 7 a 10% do peso de um RN em relação ao seu peso do nascimento é esperada. Percentuais além desses podem representar problemas na alimentação do neonato e devem ser prontamente identificados e corrigidos, evitando maiores complicações. A Enfermagem representa papel importante nessa situação, pois, além de identificar a alimentação/amamentação inadequada, possui ferramentas para intervir e promover a melhora do quadro.

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


ISSN 2764-2135