SAÚDE DO TRABALHADOR: PROTOCOLOS DE SEGURANÇA HOSPITALAR EM CASOS DE EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO VÍRUS DA HEPATITE C

Laura Schmidt Rizzi, Iagro Cesar de Almeida, Irene Souza, Henrique Ziembowicz, Morgana Pappen, Guilherme Mocelin, Suzane Beatriz Frantz Krug

Resumo


A hepatite C é uma doença infecciosa adquirida pelo contágio com o vírus VHC, sendo as formas de transmissão mais comuns o contato com sangue contaminado, relações sexuais sem o uso de preservativos, procedimentos invasivos sem os devidos cuidados de biossegurança e a transmissão vertical (mãe-feto). No DATASUS, de 1999 a 2020, notificou-se 262.815 casos confirmados de hepatite C, sendo 27,5% na região Sul. Os acidentes de trabalho totalizam 1.138 casos de hepatite C como mecanismo de infecção. Evidencia-se que os profissionais da saúde também estão expostos à contaminação por VHC quando realizam o atendimento de pacientes infectados e manejam materiais biológicos potencialmente contaminados, merecendo destaque no debate acerca dessa hepatite viral. A presença e a aplicação dos protocolos de segurança pré e pós-exposição ocupacional nos serviços de saúde é essencial, bem como o tratamento de emergência dos casos de profissionais que sofrem acidentes de trabalho. Objetiva-se descrever sobre hepatite C e condutas pré e pós-exposição ocupacional, além de abordar a importância dos protocolos de assistência aos trabalhadores da saúde em unidades hospitalares. Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica realizado no módulo de Saúde do Trabalhador e Políticas Ambientais, o qual faz parte da grade curricular do curso de Medicina da Universidade de Santa Cruz do Sul. Os resultados apontam que, com a proposta da Organização Mundial da Saúde de reduzir as novas infecções pelos vírus hepatotrópicos do HCV e a mortalidade associada a elas até 2030, o tratamento da hepatite C inicia-se no diagnóstico. Destarte, é essencial o controle de casos e a presença de normativas. Referente ao trabalhador da saúde, existem protocolos: pré-exposição, como as normatizações dos ambientes de saúde e do uso de Equipamentos de Proteção Individual; e pós-exposição, que visam acompanhar a sorologia do profissional acidentado e promover o tratamento via ambulatório especializado em caso de contágio. Destaca-se, ainda, a importância das notificações em casos de acidentes de trabalho. Além do comunicado à coordenação da unidade e do preenchimento da Ficha do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, o Instituto Nacional do Seguro Social deve ser informado através da Comunicação de Acidente de Trabalho e a instituição na qual o trabalhador está empregado deve manter um registro interno com os dados do acidente. Após realizar essas etapas, a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho devem relacionar todos os motivos implicados na geração do acidente, verificar as razões mais frequentes, iniciar o processo de busca de soluções e implementar as ações corretivas para buscar evitar a ocorrência de outros acidentes similares. A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar deve atuar garantindo a redução da incidência das infecções relacionadas à assistência à saúde, mantendo um canal de comunicação que atenda às necessidades da comunidade hospitalar, envolvendo os profissionais. Como conclusão, sublinha-se a importância da abordagem da hepatite C nos quesitos de transmissibilidade e, essencialmente, de cuidado no que se refere ao profissional da saúde, pré e pós-exposição ocupacional ao vírus. Desse modo, salienta-se a necessidade dos protocolos de segurança no trabalho em saúde, assim como a compreensão de que a prevenção é uma forma de tratamento.

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ISSN 2764-2135