A IMPORTÂNCIA DO USO DE FERRAMENTAS DE RASTREAMENTO DE TEA POR PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Resumo
Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por déficits persistentes na comunicação e interação social, estereotipias e restrições de comportamentos e atividades. As particularidades apresentadas, se não forem tratadas de forma precoce e adequada, tendem a causar prejuízos e atrasos no desenvolvimento e na interação social. Objetivo: Discutir sobre a importância da aplicação de ferramentas de rastreio para triagem de TEA pelos profissionais de saúde. Metodologia: Trata-se de uma análise reflexiva a partir dos resultados de uma pesquisa de cunho qualitativo, desenvolvida como trabalho de conclusão de curso de graduação de Enfermagem, intitulada “Narrativas dos pais de crianças com TEA referentes aos cuidados em saúde”, que objetivou investigar como estão sendo desenvolvidos os atendimentos em saúde às crianças com TEA e às suas famílias. O cenário do estudo foi uma associação pró-autismo de uma cidade do interior do estado do Rio Grande do Sul, sendo que as coletas de dados ocorreram entre março e maio de 2022. As falas oriundas das entrevistas foram relacionadas com os achados de outros estudos publicados no Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Resultados e discussão: Participaram do estudo 12 mães e um pai de crianças com TEA. Quanto ao perfil das 13 crianças, nove eram meninos, com idades entre 2 e 11 anos, sendo que 10 foram diagnosticados entre 2 e 3 anos de idade. Todos fazem tratamento, seja com medicamentos ou terapias. Quando questionados sobre a maneira que foram atendidos pelos profissionais de saúde, os pais queixaram-se da demora para fechar o diagnóstico, pois os sintomas de TEA, na maioria dos casos, já eram perceptíveis logo após o nascimento. Após receberem o diagnóstico, deram início às terapias, havendo uma melhora significativa no prognóstico da criança, evidenciando a importância de um diagnóstico e intervenções precoces para evitar prejuízos no desenvolvimento. A literatura traz que o diagnóstico seguro só deve ser dado a partir dos três anos da criança, contudo, existem ferramentas de triagem que levantam casos suspeitos de TEA. Esses instrumentos podem ser aplicados em acolhimento nos serviços de saúde, por profissionais capacitados. Ao identificar particularidades nesta triagem, o usuário deve ser encaminhado para as intervenções e para o processo de diagnóstico diferencial, sendo assim, não haverá prejuízos no seu desenvolvimento. A exemplo, no Brasil, foi validado e adaptado o Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-Chat), que pode ser aplicado por qualquer profissional de saúde. Considerações finais: A aplicação de instrumentos para rastreamento de TEA, aliado ao conhecimento dos profissionais de saúde, se fazem importantes para identificar problemas com a criança e assim iniciar as intervenções de forma precoce, além de contribuir com um diagnóstico eficiente, evitando prejuízos no desenvolvimento da criança.
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ISSN 2764-2135