HEPATOTOXICIDADE CAUSADA POR FITOTERÁPICOS EM PACIENTES PEDIÁTRICOS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Gabriel Felipe Tosta, Marilia Dornelles Bastos, Isabella Urdangarin Esquia

Resumo


INTRODUÇÃO A fitoterapia é uma área da medicina que se baseia no uso de plantas para produzir tratamento a determinada doença ou benefício à saúde no corpo humano. Todavia, assumir que um produto seja seguro apenas por possuir o rótulo de “natural” é um fator que tem aumentado o uso de terapias não convencionais em populações pediátricas, para tratamento de doenças crônicas e diferentes níveis de complexidade. Entretanto, a interação entre o corpo humano e substâncias potencialmente tóxicas levam a quadros clínicos que podem acometer o fígado e rins; causar coma, carcinoma, perfuração de cólon e até morte. OBJETIVO Realizar uma revisão de artigos científicos que englobam o uso de fitoterápicos, isto é, medicamentos, ervas, chás, óleos naturais e essências com intuito de promover saúde mas que podem provocar quadro de hepatotoxicidade ou prejuízo à saúde em populações pediátricas. REVISÃO DE LITERATURA Uma busca sistemática foi realizada em bancos de dados como Uptodate, PubMed, Scielo, Lilacs e Google Acadêmico com os seguintes termos: “unconventional therapies children” ou “profile herbal liver injury” ou “herbal pediatric” ou “herbal pediatric liver injury” O uso de suplementos de origem erval têm crescido na população pediátrica, a percepção dos responsáveis é de que produtos naturais são seguros e podem ser auto administrados para prevenção e tratamento de doenças agudas e crônicas. A composição desses produtos possuem ingredientes que podem ter efeito terapêutico mas que também podem ter efeitos tóxicos. A via de ingestão é diversificada, existem suplementos preparados em cápsulas, xaropes, pós, chás, além de preparos em xampus, óleos e outros. As partes retiradas das plantas incluem sementes, raízes, folhas, flores, frutas que contêm flavonoides, óleos essenciais, carboidratos e resinas. Além disso, é necessário considerar a produção desses suplementos ervais pela possível contaminação por metais pesados, bactérias, fungos e ingredientes adulterados. Ademais, esses produtos podem ser provenientes do solo contaminado, processamento impróprio ou armazenamento sob condições inadequadas. DISCUSSÃO: O uso de plantas medicinais tem se tornado cada vez mais popular, mesmo na população pediátrica e com aplicações distintas. Segundo a OMS em um relatório publicado em 2000, foi avaliado que a toxicidade em crianças pode ocorrer devido ao próprio ingrediente ativo, contaminantes e de interações entre o suplemento herbal e outros medicamentos. A facilidade de acesso e autoadministração, a percepção dos pacientes de que as ervas são seguras juntamente com a publicidade, levou a um aumento do uso de plantas e suplementos para a prevenção e tratamento de certas doenças crônicas. As buscas terapêuticas fitoterápicas englobam laxantes, anti-inflamatórios, ansiolíticos entre outros. Entretanto, a maioria dos tratamentos não possui embasamento científico e muitas vezes causam interações indesejáveis que levam a hepatotoxicidade. CONCLUSÃO: Devido ao potencial de toxicidade, os profissionais da saúde devem questionar sobre o uso de medicamentos fitoterápicos, observando procedência, dosagem, riscos e benefícios ao paciente. A prescrição de um medicamento fitoterápico, pode induzir a riscos na mesma proporção dos medicamentos convencionais com o agravante de não haver os cuidados e fiscalização necessários a toda substância farmacêutica.

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ISSN 2764-2135