DIFICULDADES NA APRENDIZAGEM: O PAPEL DOS EDUCADORES NO CUIDADO À SAÚDE MENTAL INFANTIL

Ana Carolina Bienert, João Gabriel Rezes de Andrade, Luiza Pessi Rossetti, Euna Nayara Cordeiro da Costa, Leni Dias Weigelt, Suzane Beatriz Frantz Krug

Resumo


Introdução: Nos últimos anos a vida escolar das crianças tem iniciado cada vez mais cedo, o que acaba contribuindo para um maior tempo de permanência das mesmas, neste ambiente. A identificação de condutas e comportamentos dos escolares, considerados adequados e inadequados para um "padrão" naturalizado pela sociedade, necessita um olhar mais criterioso para a estimulação do crescimento e desenvolvimento desse pequeno indivíduo. Os educadores, nessa perspectiva, apresentam-se como agentes facilitadores para a promoção da saúde mental das crianças a partir de práticas adotadas no ambiente escolar e que interferem na vida das famílias e comunidade. Objetivo: Investigar, a partir da percepção de educadores e gestores da rede pública municipal de educação, as deficiências de aprendizagem, transtornos mentais e cuidados adotados com alunos dos anos iniciais. Metodologia: Trata-se de um recorte da pesquisa qualitativa, denominada “Cuidados com a saúde mental infantil em escolas da rede municipal”, desenvolvida pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Saúde (GEPS/UNISC), em parceria com o Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em Psicologia, sendo que o período de execução do projeto compreende os meses de janeiro de 2022 a dezembro de 2023. Para a realização deste trabalho, foram utilizados os resultados de questões abordadas em entrevistas com 15 participantes, os quais foram divididos em dois segmentos: educadores e gestores de instituições de ensino infantil e fundamental de um município do interior do Rio Grande do Sul. Dentre as questões norteadoras, foram utilizadas aquelas referentes às dificuldades de aprendizagem, necessidades especiais, interações sociais e ações de promoção da saúde na escola. O método de Análise de Conteúdo foi empregado para a organização e a interpretação dos dados coletados. Principais resultados: A interação da criança com amigos, colegas e professores é tida pelos pesquisados como um dos fatores importantes para a saúde mental. Conforme relatos dos educadores, alterações significativas de comportamento como apatia, não-proatividade, isolamento social e irritabilidade são perceptíveis quando há algum tipo de adoecimento mental. Os educadores afirmam, ainda, que as deficiências e os transtornos mentais que mais acometem as crianças das escolas participantes da pesquisa são Síndrome de Down, Transtorno do Espectro Autista e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). As práticas para promover a inclusão e a adaptação dessas crianças dentro do contexto escolar-social são incluídas no planejamento das atividades escolares. Conforme os educadores, busca-se atender as necessidades de cada criança, gerando múltiplos planos de trabalhos em uma turma, presença de monitores e professores que prestam atendimento especializado aos portadores de deficiência, atendimentos na sala de recursos, orientação escolar e psicopedagogia e, dependendo da gravidade de cada caso, a criança e a família são encaminhados para atendimento psicológico, na Secretaria de Educação do Município. Conclusões: A saúde mental das crianças é um pilar importante no bem-estar biopsicossocial. Problemas mentais interferem de forma significativa no desenvolvimento da aprendizagem do público infantil, no entanto, uma deficiência não pode ser traduzida em incapacidade. Para tanto, a inclusão de todos os alunos, no respeito às diferenças, exige conhecimento, atenção e afeto.

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ISSN 2764-2135