AS POTENCIALIDADES NUTRICIONAIS (MACRONUTRIENTES) DA PANC BUVA (CONYZA BONARIENSIS (L.) CRONQUIST) PARA A ALIMENTAÇÃO HUMANA

Keli Pereira Soares, Ana Lúcia Becker Rohlfes, Fernanda Ludwig

Resumo


As Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) são plantas que possuem uma ou mais partes para uso alimentício, não são comuns e nem fazem parte do cotidiano das pessoas. Normalmente nascem espontaneamente e não necessitam de fertilizantes e agrotóxicos para seu desenvolvimento. Assim, as PANC surgem como uma possibilidade de minimizar as complicações da Sindemia Global e capaz de tornar a alimentação mais sustentável. A Conyza bonariensis (L.) Cronquist, conhecida popularmente como buva, é uma dessas plantas, que nasce espontaneamente e é considerada “erva daninha” nas lavouras convencionais, porém é uma planta comestível que não está sendo aproveitada. Assim, objetiva-se avaliar as potencialidades nutricionais dos macronutrientes da buva, para a alimentação humana. Para tanto, a amostra foi coletada em uma propriedade rural no município de General Câmara, Rio Grande do Sul, no início do ciclo da espécie, pela parte da manhã. A planta foi levada para secagem prévia em desidratadora com circulação de ar à temperatura de 55 ºC por 72 horas. Em seguida a buva desidratada foi fragmentada e armazenada em pote de vidro bem vedado, recoberto por papel alumínio e disposto em local ao abrigo de luz. A amostra foi analisada, em triplicata, seguindo as normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz, em relação aos parâmetros proteínas, fibras, carboidratos, cinzas, lipídeos e valor calórico para obtenção da composição centesimal. Os resultados foram expressos em valores médios e desvio padrão. Em relação à desidratação, a planta permaneceu com aromas característicos, podendo ser empregada como tempero seco em diversos pratos culinários. A determinação da composição centesimal da buva mostrou, em base seca (g/100g), uma quantidade de 46,06 ± 1,33g de carboidratos; 18,66 ± 0,48g de proteínas; 3,17 ± 0,64g de lipídeos; 20,07 ± 1,55g de fibras dietéticas e 12,05 ± 0,59g de cinzas. Em comparação com outros temperos secos convencionais como orégano, tomilho, manjerona e manjericão, a buva mostrou possuir mais proteínas e fibras. Quanto ao seu perfil in natura, a composição centesimal obtida foi comparada com espécies convencionais, muito utilizadas em saladas, como alface, rúcula, agrião e couve manteiga. Das plantas citadas, a buva apresentou mais macronutrientes do que a alface e a rúcula, se equiparou ao agrião em teor de proteínas e foi inferior, somente quando comparada com a couve manteiga. Os resultados obtidos, permitem dizer que a buva apresenta um ótimo apelo nutricional e, portanto, pode ser utilizada na alimentação humana, podendo fazer parte das refeições, tanto na forma in natura, quanto seca, sendo mais uma opção para diversificar a dieta alimentar. Ainda, a buva como tempero seco apresentou grande potencial para uso, podendo trazer novos sabores, acrescentando nutrientes nas refeições e tornando a alimentação mais sustentável.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.


ISSN 2764-2135