EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA O ENFRENTAMENTO DO AUMENTO DE CASOS DE HIV/AIDS ENTRE MULHERES NEGRAS

Eduardo Marmitt Adams, Camilo Darsie de Souza, Juliana Limberger Heinze, Mariana Wallauer Reinheimer, Isadora Fussiger Theissen, Jéssica Regina Giacomelli

Resumo


Introdução: A educação em saúde visa empoderar pessoas a partir do reconhecimento das fraquezas e potencialidades sanitárias de diferentes grupos sociais. Ela parte de ações entre profissionais e usuários do sistema de saúde, a fim de serem traçadas metas de ação estabelecidas na aprendizagem mútua, enfatizando a integração entre instituições de ensino, serviços de saúde e comunidade. Neste contexto, as dinâmicas do HIV/Aids demandam ações de educação em saúde, pois são significativos no contexto da saúde pública brasileira. Atualmente, ocorrem aumento no número de casos femininos, principalmente entre as mulheres negras, as quais são marginalizadas e vítimas de preconceito. Diante disto, é fundamental que ações educativas sejam endereçadas a este recorte da população. Objetivos: O estudo objetiva demonstrar a abrangência das políticas públicas voltadas às mulheres negras que vivem com HIV/Aids e discutir o direito à saúde por meio dos preceitos da educação em saúde. Metodologia: Foi desenvolvida uma revisão narrativa por meio de pesquisa nas bases bibliográficas Google Acadêmico e Scielo. Ainda, foram utilizados dados do Ministério da Saúde (MS) disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Resultados: 51,7% dos casos de HIV no Brasil, entre o período de 2007 a 2021, relacionam-se a pessoas negras. Entre 2010 e 2020, houve diminuição de casos e óbitos entre pessoas brancas e aumento entre as pessoas negras. Em 2020, 61,9% dos óbitos foram de pessoas negras, sendo que a proporção de óbitos entre mulheres negras foi superior à observada em homens negros. A baixa escolaridade entre as mulheres, a falta de poder em negociar o uso do preservativo e o sexo não consensual são fatores que contribuem para aumentar a vulnerabilidade dessa parcela da população à doença. Assim, a feminização negra da epidemia de HIV/Aids no Brasil deve ser combatida com políticas públicas específicas, voltadas aos segmentos mais vulneráveis. É neste sentido que a educação em saúde surge como uma importante ferramenta de transformação da realidade, pois deve articular questões de raça e gênero de modo a fortalecer estilos de vida mais dignos e, consequentemente, mais saudáveis, tendo em vista a justiça social. Para tanto, é necessário que o diálogo em diferentes comunidades seja capaz de identificar demandas específicas e oportunizar ações que ampliem o olhar clínico para as causas sociais da doença. Conclusões: A avaliação dos dados analisados aponta o aumento do número de óbitos decorrentes de HIV/Aids no contexto da população negra, em especial mulheres, e permite afirmar que isso decorre de uma baixa penetrância de educação em saúde voltada para essa comunidade.  Nessa direção, o desenvolvimento de práticas educativas é fundamental para o enfrentamento das infecções junto ao grupo analisado.


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ISSN 2764-2135