DESPREPARO DE ESTUDANTES DE MEDICINA NO ATENDIMENTO A PACIENTES SURDOS EM HOSPITAIS NO BRASIL

Ellen Lillian Englert, Bruna Carvalho Spode, Laura Prochnow, Maria Eduarda Ferreira Zanin, Camilo Darsie

Resumo


DESPREPARO DE ESTUDANTES DE MEDICINA NO ATENDIMENTO A PACIENTES SURDOS EM HOSPITAIS NO BRASIL Ellen Lílian Englert¹ Bruna Carvalho Spode2 Maria Eduarda Ferreira Zanin3 Laura Prochnow4 Camilo Darsie5 Introdução: A diminuição ou a perda da acuidade auditiva são distúrbios que acarretam diversos desafios no que se refere à comunicação, especialmente no âmbito da saúde. No Brasil, apesar de os surdos utilizarem a Língua Brasileira de Sinais (Libras), sabe-se que muitos profissionais de saúde não compreendem essa língua. Assim, não somente o estabelecimento de uma relação de confiança com o paciente é prejudicada, mas também a identificação de necessidades de saúde e a construção de planos terapêuticos individualizados. Aliado a isso, geralmente não há intérpretes nos serviços de saúde, o que contribui negativamente para a experiência do usuário. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo apontar as principais falhas no ensino acadêmico diante do atendimento a pacientes surdos nos serviços de saúde. Metodologia: A metodologia baseia-se em uma análise sistemática de artigos científicos, sendo utilizadas as seguintes bases de dados: BVS, PubMed, Redalyc, MEDLINE, SciELO e The Lancet. Resultados: O estudo revelou grande despreparo dos profissionais de saúde no atendimento aos surdos no Brasil. Vê-se, como uma das problemáticas, o desinteresse dos alunos pela Libras, tendo em vista que a maioria das universidades oferece o curso, porém não há busca ativa para melhorar os serviços oferecidos a essa população. Em todo o processo que constitui as consultas nos ambulatórios, a comunicação deve ser clara, para que haja uma assistência satisfatória. Como alguns surdos são acompanhados por intérpretes, pode haver constrangimento e desconforto ao transparecer as informações necessárias, privando-os de seu protagonismo. Já os que não têm esse acompanhamento, o diálogo é ineficaz, prejudicando a relação médico-paciente e, portanto, levando-os ao abandono do sistema de saúde. Percebe-se que os médicos e estudantes reconhecem o problema, porém identificam, da mesma forma, o desinteresse e o ensino pouco difundidos. Notou-se, também, a baixa abrangência desse público nas práticas ambulatoriais, assim como abordagem insuficiente nas aulas teóricas por parte das universidades. Além disso, padronizar o contato com os indivíduos surdos na grade curricular, tornando a disciplina de Libras obrigatória, mostrou-se imprescindível para que o estudante de medicina adquira a consciência do acolhimento e respeite o princípio de integralidade defendido pelo SUS. Essas medidas, fundamentais para a oferta de prevenção e promoção da saúde, resultam em profissionais preparados para tratar de forma digna e benéfica a população surda, rompendo um ciclo de apatia e tornando o serviço acolhedor. Conclusão: É notável que a carência de profissionais habilitados em Libras para o atendimento de pessoas surdas se constitui como um dos principais obstáculos à efetiva manutenção da relação médico-paciente. Por isso, é importante que as faculdades de Medicina tornem a disciplina de Libras obrigatória em sua carga horária, bem como proporcionem um maior contato dos estudantes com esses pacientes nos ambulatórios hospitalares.

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ISSN 2764-2135