CAMPANHAS SOBRE OBESIDADE INFANTIL: UMA ANÁLISE QUALITATIVA PELO VIÉS DA EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE

Sophia Neumann Frantz, Eduarda Rebés Müller, Luiza Dalla Vecchia Torriani, Camilo Darsie de Souza

Resumo


Introdução: A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo exagerado de gordura no corpo. Dados epidemiológicos indicam aumento da prevalência do sobrepeso e da obesidade em adultos, adolescentes e crianças. Na pediatria, a avaliação é feita por meio do Índice de Massa Corporal através do cálculo peso/altura², o resultado é interpretado de acordo com a idade e o sexo da criança. Objetivos: Analisar e comparar as estratégias das campanhas contra obesidade infantil. Métodos: Foram usadas as bases de dados UpToDate, Scielo e Google Acadêmico, buscando referências sobre obesidade, obesidade infantil e educação para a saúde. Além disso, buscou-se campanhas acerca da educação para a saúde voltadas à prevenção da obesidade, como “Vamos prevenir a obesidade infantil. 1, 2, 3 e já!”, “Obesidade: Eu trato com respeito”, “Obesidade infantil é questão de saúde pública”, “Eu Digo Não” e "Ensemble Prévenons l’Obésité Des Enfants". Resultados: Observou-se que o manejo da obesidade é mais complexo na infância, devido à necessidade de colaboração dos pais para a transformação de hábitos e à falta de compreensão da criança da importância de mudar os hábitos. Além disso, estilo de vida, hábitos alimentares e baixo nível socioeconômico também são responsáveis por dificultar a adoção e manutenção de hábitos saudáveis, contribuindo com o aumento dos índices de obesidade infantil no Brasil. As campanhas analisadas de educação para a saúde buscam estimular a população infantil à implementação de novos hábitos. Elas constituem uma ferramenta importante porque a obesidade ocasiona repercussões deletérias em todas etapas da vida, além de sobrecarregar o Sistema Único de Saúde com custos do tratamento e de suas complicações. “Vamos prevenir a obesidade infantil 1, 2, 3 e já”, do Ministério da Saúde, e “Obesidade eu trato com respeito”, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia com Associação Brasileira de Educação Médica, focam na conscientização, prática de exercícios e brincadeiras ao ar livre, alimentação balanceada e restrição do tempo de tela. Já a Sociedade Brasileira de Pediatria também defende a importância de medidas dirigidas ao ambiente, a fim de dificultar a compra de alimentos não saudáveis, como: taxação de produtos ricos em açúcares, sal e gordura; regulamentação da publicidade de alimentos; e incentivo por meio subsídios para produção de frutas e hortaliças. Dessa maneira, afirma-se que a educação em saúde deve ser construída criando uma rotina de ações com enfoque nos seus hábitos alimentares, atividades físicas, momentos de lazer, saúde mental, entre outros. Conclusão: Notou-se que o foco das campanhas está voltado principalmente às iniciativas individuais, enquanto também deveriam adotar uma abordagem holística de "todo o sistema", ou seja, identificar e abordar as causas da obesidade infantil e fazer com que todos trabalhassem em conjunto. Ademais, a conscientização da população sobre a existência dos fatores comportamentais e ambientais na predisposição à obesidade é de suma importância para que a sociedade tenha o entendimento sobre todos os determinantes que envolvem essa patologia, mas também para que haja a cobrança de mudanças por parte do ministério, das ONGs, das empresas, e de outras partes do sistema, para a mudança dessa realidade. 
Palavras-chave: obesidade infantil, estilo de vida, educação para saúde

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ISSN 2764-2135