ASSOCIAÇÃO ENTRE O COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO E O RISCO CARDIOVASCULAR ENTRE CRIANÇAS E ADOLESCENTES: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA

Eduarda Maria Baldi, Rafaela Geisler, Henrique Ziembowicz, Irene Souza, Jennifer Paloma Dreissig, Marcelo Felipe Paul, Isabela Frighetto

Resumo


Introdução: As Doenças Cardiovasculares (DCVs) são uma problemática impactante aos sistemas de saúde em nível mundial. Nas Américas, as DCVs causam uma em cada três mortes e espera-se o crescimento desses índices, visto que o Comportamento Sedentário (CS) aumentou durante a pandemia de COVID-19, especialmente em crianças e adolescentes. CS nesta faixa etária consiste em praticar atividades como uso de computador e videogames com tempo prolongado de telas, em posição sentada ou deitada, exigindo energia similar aos níveis de descanso. Este tipo de comportamento, associa-se ao aumento do risco cardiovascular nesta população. Objetivo: Analisar a relação entre o comportamento sedentário e o risco cardiovascular em crianças e adolescentes. Métodos: Revisão sistemática realizada nas bases de dados do PubMed e SciELO, com os descritores em ciências da saúde, de acordo com as recomendações do método PRISMA. Foram utilizados os termos de entrada “Risco cardiovascular”, “Crianças”, “Comportamento Sedentário” e o operador booleano “AND”. Os critérios de inclusão foram artigos originais com texto completo disponível e de livre acesso, em inglês ou português, publicados entre 2018 e 2021. Critérios de exclusão: grupos etários que não corresponderam ao objetivo da pesquisa e artigos que não abordaram a temática proposta. Ao final, 7 artigos foram selecionados para revisão. Resultados: As diretrizes de pediatria em CS recomendam a limitação do tempo de tela em até 2 horas por dia. De acordo com a National Health and Nutrition Examination Survey, os participantes da pesquisa que excederam o tempo recomendado foram 1,8 vezes mais propensos a desenvolver sobrepeso e obesidade, e, consequentemente, aumentar fatores de risco cardiovascular, como tecido adiposo, triglicerídeos e colesterol. Nesta esteira de pensamento, os estudos analisados demonstram que crianças com maior tempo de hábitos sedentários têm maior risco de pressão arterial elevada para o percentil da idade, resistência insulínica e hiperglicemia. Os dados ainda sugerem que tempos de atividade entre a exposição às telas podem ajudar a reduzir o risco cardiovascular associado ao sedentarismo. Conclusões: A revisão da literatura sugere que o CS pode ser um fator chave no desenvolvimento de DCV em crianças e adolescentes. Apesar das DCV serem diagnosticadas na idade adulta, os fatores de risco podem ser evidenciados ainda na infância e adolescência. Em face dos múltiplos componentes dessas patologias, novos estudos e abordagens são necessárias para quantificar a relação entre comportamento sedentário e doenças cardiovasculares.

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ISSN 2764-2135