INTERVENÇÕES FISIOTERAPÊUTICAS NA DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE: RELATO OBSERVACIONAL
Resumo
Introdução: A Distrofia Muscular de Duchenne manifesta-se caracteristicamente entre 2 e 3 anos de idade. A fraqueza afeta os músculos proximais, e no início, em geral, os membros inferiores (MMII). As crianças frequentemente andam nas pontas dos pés e têm marcha anserina associada a hiperlordose lombar. Elas têm dificuldade de correr, saltar, subir escadas e levantar do chão, sofrem quedas com frequência, muitas vezes causando fraturas nos membros superiores (MMSS) ou MMII (em cerca de 20% dos pacientes). Em torno dos 12 anos, perdem a marcha e necessitam fazer uso de cadeira de rodas, o sistema respiratório sofre diversas complicações por volta dos 20 anos, levando o paciente a óbito. Objetivo: Descrever a observação de um atendimento fisioterapêutico de uma criança com Distrofia Muscular de Duchenne. Método: Trata-se de um relato observacional em que acadêmicos do Curso de Fisioterapia da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), por meio da disciplina de "Fisioterapia Pediátrica", realizaram o acompanhamento de um atendimento destinado a uma criança com Distrofia Muscular de Duchenne, em um espaço fisioterapêutico na cidade de Santa Cruz do Sul/RS. Resultados: Paciente A.B, sexo masculino, 8 anos de idade, com Distrofia Muscular de Duchenne, realiza atendimento fisioterapêutico duas vezes na semana, no Espaço Lela Ludens (iniciou no começo de 2022) e fisioterapia aquática e em solo na Clínica Fisiounisc. Paciente chega para atendimento deambulando sem auxílio, se demonstra tímido, falando baixo e somente quando lhe é perguntado algo, entretanto colaborativo realizando todas as atividades propostas, e apresentando movimentação ativa de MMSS e MMII. Tipo corpóreo endomorfo (devido ao uso de corticoides), sinal de Gowers (levantar miopático); caminha, porém lentamente devido ao cansaço; tem dificuldade para agachar, subir escadas; possui compreensão e coordenação motora, conseguindo realizar mudanças de posicionamentos (sedestação-ortostase/ortostase-sedestação) e de apanhar/manusear/encaixar objetos distinguindo cores, formas e personagens. Durante a abordagem observada, a fisioterapeuta responsável objetivou: proporcionar ao paciente um atendimento lúdico com livros, brinquedos e objetos coloridos; divertido e criativo com brincadeiras e danças; focar no desenvolvimento global da criança com brincadeiras, circuitos com atividades de mobilidade global; fortalecer a musculatura de membros e tronco; melhorar a capacidade ventilatória com técnicas de reexpansão pulmonar; corrigir o alinhamento postural; promover equilíbrio estático e dinâmico. Conclusão: O atendimento observado proporcionou um maior conhecimento em relação a abordagem fisioterapêutica em casos de Distrofia Muscular de Duchenne, pois evidenciou-se que práticas dinâmicas são de extrema importância e tornam o atendimento mais divertido e agradável. Ademais, pôde-se observar que o atendimento realizado foi focado no desenvolvimento global da criança. Práticas extra-muro institucional sempre agregam muito na formação acadêmica, uma vez que aproxima o acadêmico a futura vida profissional. Palavras-chave: Pediatria, Distrofia Muscular de Duchenne, Fisioterapia.
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ISSN 2764-2135