ELABORAÇÃO DE CONTEÚDO PARA UM APLICATIVO MÓVEL COMO FERRAMENTA NO COMBATE ÀS DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS NO SISTEMA PRISIONAL

Isabela Frighetto, Victor Göttems Vendrusculo, Karine Zenatti Ely, Janine Koepp, Lia Gonçalves Possuelo, Andréia Rosane de Moura Valim

Resumo


INTRODUÇÃO: As doenças infectocontagiosas (DIC) impactam os sistemas de saúde pública e são a principal causa de adoecimento e morte ao redor do mundo. A População Privada de Liberdade (PPL) se apresenta vulnerável à disseminação destas patologias em face às precárias condições sanitárias que se encontra e da carente cobertura de assistência em saúde especializada. Tuberculose (TB), hepatite, sífilis, Covid-19 e Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) configuram-se como um problema de saúde pública alarmante no Brasil e têm seu risco agravado nas unidades prisionais. Diante disso, os recursos tecnológicos destacam-se como grandes aliados na saúde no que tange o acesso à informação e ações de combate às DIC. OBJETIVO: Apresentar a elaboração do conteúdo de um aplicativo voltado para os profissionais de saúde e de segurança do sistema prisional acerca da assistência à saúde referente às DIC. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo referente ao desenvolvimento do conteúdo de uma tecnologia em saúde do Projeto Contribuições para Gestão Estadual de Saúde Prisional da Universidade de Santa Cruz do Sul. A produção do material teórico se deu mediante às revisões de literatura dos manuais técnicos do Ministério da Saúde, da Organização Mundial da Saúde e da literatura científica atual. A pesquisa considerou documentos disponíveis de forma eletrônica como material complementar. RESULTADOS: O desenvolvimento de uma tecnologia em saúde como ferramenta de pesquisa acerca de informações das doenças transmissíveis no contexto prisional tende a otimizar e prover conteúdo de qualidade para os profissionais da saúde que trabalham com esta população específica. Nessa linha de raciocínio, durante a construção do software considerou-se pesquisar aspectos das principais infecções que acometem a PPL, as quais são HIV, TB, hepatite, sífilis e Covid-19. O conteúdo é disposto em títulos e secções que, por sua vez, referem-se às doenças e suas principais características, respectivamente. Ainda, as secções são divididas de acordo com as doenças e organizadas com a seguinte disposição: descrição da fisiopatologia, forma de disseminação e contágio, sintomatologia, perfil epidemiológico em meio prisional, fluxo de diagnóstico e tratamento do paciente. Objetivando compartilhar informações com trabalhadores do ambiente prisional, o aplicativo móvel apresenta interface intuitiva e conteúdo escrito acessível e didático. Junto aos textos, encontram-se tabelas, gráficos e fluxogramas para promover e facilitar a compreensão nosológica. A TB, uma das principais DICs no contexto prisional, é abordada, no aplicativo, como uma doença infectocontagiosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis e afeta principalmente os pulmões. A TB, no que se refere à apresentação clínica, cursa com tosse persistente, cansaço, dor no peito, febre, perda de apetite e catarro sanguinolento. O contágio se dá por meio de gotículas suspensas no ambiente e é diagnosticada a partir da clínica do paciente, associada a exames laboratoriais, como baciloscopia direta e exames de imagem. No contexto da epidemiologia, houve 66.819 casos novos de TB no Brasil em 2020, sendo a PPL responsável por 13,44% da incidência. A exemplo da TB foram abordadas as demais DIC. CONCLUSÃO: Assim, diante do exposto, o desenvolvimento do aplicativo de software torna-se um potencial aliado à assistência em saúde ao promover informações capazes de contribuir para o combate às DICs no sistema prisional.

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


ISSN 2764-2135