USO DE PROBIÓTICOS E PREBIÓTICOS NA SAÚDE BUCAL – REVISÃO DE LITERATURA

Deisi Carolina Vargas, Maile Maísa Langbecker, Bruna Feron, Michele Inês Baierle, Martina Fiegenbaum Wingert, Alessa Oliveira de Lima, Andrielle Cecchin Stradiotto, Renita Baldo Moraes

Resumo


Nos últimos anos, diversos estudos têm avaliado os efeitos dos probióticos e prebióticos na saúde geral, especialmente no sistema gastrointestinal. Avanços na ciência estimularam novas pesquisas direcionadas para seus efeitos em outras áreas da saúde, entre elas na cavidade bucal, que apresenta uma microbiota complexa, diretamente relacionada com a maioria das doenças bucais. O objetivo deste estudo foi investigar a relação dos probióticos e prebióticos na prevenção e tratamento de doenças que se desenvolvem na cavidade bucal. Trata-se de uma revisão de literatura baseada em artigos publicados entre os anos de 2018 e 2022 no Portal de Periódicos da CAPES, SciELO e PubMed. Utilizaram-se como termos de busca em português e inglês: Prebióticos (Prebiotics), Probióticos (Probiotics), Saúde Bucal (Oral Health) e Cárie dentária (Dental Caries). A cavidade bucal é uma região complexa formada por diversas estruturas (dentes, mucosa jugal e gengival, palato, língua, entre outras) e colonizada por diferentes microrganismos. Quando em equilíbrio, há uma relação de simbiose, aspecto fundamental para todo o ciclo de vida do organismo.  Entretanto, em algumas situações pode aumentar a presença de microrganismos patogênicos, levando a uma disbiose. Dessa forma, estudos avaliam estratégias para melhorar a saúde bucal através da adição de probióticos e prebióticos, visando gerar benefícios no tratamento de halitose, cárie dentária e periodontite. Os probióticos são microrganismos vivos que, ao serem administrados, trazem benefícios ao seu hospedeiro, enquanto que os prebióticos são classificados como um grupo de fibras que não são digeridas e absorvidas no trato gastrointestinal, mas fermentadas por uma colônia específica de bactérias potencialmente benéficas.  Na cavidade oral, a atividade antimicrobiana de algumas cepas de microrganismos probióticos busca evitar a disbiose deste meio, inibindo o crescimento de colônias de Streptococcus Mutans, Streptococcus Sobrinus, Porphyromonas Gingivalis e outros patógenos relacionados com o desenvolvimento da cárie, doença periodontal e halitose. Os prebióticos, por sua vez, objetivam inibir a proliferação de microrganismos patogênicos e estimular o crescimento de bactérias desejáveis, tornando-as predominantes na flora bucal. Diversos aspectos influenciam na efetividade destes tratamentos, como agente infeccioso, gravidade da infecção, dose e tempo de administração. Assim, o papel dos probióticos e prebióticos na odontologia é de competir com os microrganismos patogênicos e estimular o desenvolvimento de colônias que contribuam para a saúde bucal, beneficiando também a saúde sistêmica. Conclui-se que conhecer os mecanismos pelos quais os microrganismos interagem entre si permite desenvolver novas estratégias de promoção de saúde bucal, ressaltando a importância de mais pesquisas nessa área, que possam contribuir com a saúde e qualidade de vida da população.


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ISSN 2764-2135