IDENTIFICAÇÃO DE IST- INFECÇÃO SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEL ATRAVÉS DAS MANIFESTAÇÕES ORAIS: RELATO DE CASO.

Aimee de Souza Campos, Deisi Carolina Vargas, Camila Poncelet, Leo Kraether Neto

Resumo


Introdução: a sífilis é uma doença infecciosa, originada pela bactéria anaeróbia Treponema Pallidum. Transmite-se através de diversas formas, mas principalmente pelo contato sexual desprotegido(a). A transmissão congênita da mãe infectada para o feto, é menos frequente tendo em vista o acompanhamento efetivo das gestantes durante seu período gestacional. É mais comum apresentar manifestação na região ano-genital, mas outros sítios também podem ser afetadas como boca, língua, quirodáctilos e região mamária. Em todas suas fases evolutivas, podem apresentar manifestações orais, cabendo ao Cirurgião-dentista uma contribuição ao diagnóstico precoce. Objetivo: este relato de caso clínico de sífilis, complementado por uma revisão bibliográfica atualizada, tem como objetivos principais, apresentar as características clínicas da doença, exames complementares diagnósticos tanto laboratoriais como anátomo-patológico e tratamento adequado. Metodologia: promoveu-se pesquisa bibliográfica inicial nas bases de dados Portal da BVS, Portal Metodista de Periódicos científicos e acadêmicos e Portal de periódicos CAPES, sendo critérios de inclusão os artigos que contemplam o assunto publicados nos últimos 10 anos com os seguintes descritores: “Manifestações clínicas orais da sífilis”, “Sífilis: aspectos clínicos, transmissão, manifestações orais, diagnóstico e tratamento”, “Sífilis recente com manifestação oral: relato de três casos atendidos em uma clínica de DST”. O caso clínico objeto do estudo foi acompanhado no Projeto de Diagnóstico Bucal do Curso de Odontologia da Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC. Tratou-se de paciente do sexo feminino, 22 anos, cuja queixa inicial foram o aparecimento recente de diversas lesões na cavidade oral. Em ventre de língua e mucosa do lábio inferior identificou-se a presença de áreas ulceradas similares, ambas com cobertura de pseudomembrana de fibrina, típicas das placas mucosas. No exame físico do dorso de língua observou-se hiperplasia epitelial compatível com condiloma. Pela anamnese a paciente referiu perceber um “caroço” na virilha, que já desaparecera, antecedendo o quadro de manifestação oral. Foram solicitados exames laboratoriais para confirmar a suspeita diagnóstica de sífilis. Desde o início, recomendou-se a prática sexual com preservativo e o companheiro também precisaria realizar testes sorológicos. Duas semanas depois da consulta inicial a paciente retornou com exames reagentes para sífilis e referindo o início do tratamento com Benzetacil (6 doses totais – 2 doses por semana). Resultado: as lesões orais apresentaram regressão satisfatória, desde início do tratamento medicamentoso preconizado pelo Ministério da Saúde. Conclusão: a sífilis é uma doença curável, mas extremamente estigmatizada em função da transmissibilidade sexual. É relativamente frequente o aparecimento de manifestações orais e diante dessas, o Cirurgião-dentista deve fazer um adequado exame clínico para contribuir no diagnóstico precoce.


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ISSN 2764-2135