A IMPORT NCIA DOS CONSULTÓRIOS DE RUA PELAS LENTES DO CAMPO DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE

Janaína Carine Beling, Stéfhani Rehbein, Francieli Markoski, Luiza Costa de Miranda, Rafaela Heloísa Rabuske, Jennifer Paloma Dreissig, Camilo Darsie de Souza

Resumo


INTRODUÇÃO:  A população em situação de rua abrange pessoas que vivem em pobreza extrema, sem moradia convencional e que utilizam locais públicos para seu acolhimento. Assim, representa um grupo em situação de vulnerabilidade social, econômica e, sobretudo, de saúde, tendo em vista suas precárias situações de sobrevivência e questões psicossociais geradoras de sofrimento físico e emocional. Nesse viés, os Consultórios de Rua, criados em 2011, atuam como forma de Educação em Saúde, com o objetivo de facilitar o atendimento, garantir a entrada na Atenção Primária à Saúde, a integralidade e a equidade proposta pelo Sistema Único de Saúde. Evidencia-se, portanto, a importância de projetos voltados para a população em situação de rua que envolvam a Educação em Saúde. OBJETIVO: Analisar como os Consultórios de Rua agem em prol da Educação em Saúde, na tentativa de amparar esses indivíduos que compõem uma esfera vulnerável da população. METODOLOGIA: A análise baseou-se no “Manual sobre o cuidado à saúde junto à população em situação de rua”, acrescido por materiais de cunho governamental e científico que abrangem o tema. Além disso, fez-se uso de publicações que refletem sobre a Educação em Saúde, considerando a correlação entre as duas temáticas. RESULTADOS: O atendimento à população em situação de rua é complexo e requer um amplo planejamento envolvendo as esferas governamentais, econômicas e sociais. Com o intuito de minimizar essas dificuldades, foram instaurados os Consultórios de Rua, os quais ofertam consultas, orientações, encaminhamentos, tratamento e prevenção de doenças para essa população, atuando como forma de política pública. Nessa perspectiva, a Educação em Saúde mostra-se chave fundamental para garantir a efetividade dos Consultórios de Rua, já que incentiva a participação ativa dessa esfera social, juntamente aos profissionais da saúde e à sociedade, buscando evidenciar as reais necessidades para esses indivíduos e contribuir de forma direta na gestão adequada dos recursos. Assim, é importante que ocorra a fixação do local do Consultório de Rua, possibilitando à equipe o olhar focado em um tripé: território, grupo social e singularidade do sujeito. As localidades que devem implantar esses consultórios são aquelas que apresentam perfil epidemiológico composto por populações vulneráveis que vivem em situação de rua, normalmente, decorrentes do uso de substâncias, como álcool e/ou drogas. Portanto, como Educação em Saúde promove ações multidisciplinares que tentam minimizar as carências no âmbito salutar da população, os Consultórios de Rua são uma maneira de assegurar que indivíduos em situação de rua tenham seu acesso garantido, facilitando a entrada na atenção primária. CONCLUSÃO: A correlação entre Educação em Saúde e os Consultórios de Rua é essencial para o fortalecimento de equidade do SUS, o qual relaciona igualdade e justiça social, orientado pelas necessidades individuais, de acordo com seus determinantes sociais. Entretanto, percebe-se que a saúde desse grupo social ainda segue uma ordem de hierarquia, na qual os moradores de rua não possuem espaço para contribuir de forma ativa nas decisões de saúde. Assim, mesmo que os Consultórios de Rua retratem um avanço fundamental para o estabelecimento de condições mínimas de acesso à saúde, ainda não são capazes de fornecer tudo que objetivam na teoria.


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ISSN 2764-2135