ANÁLISE DAS VARIANTES DE SARS-COV-2 EM PACIENTES COM TESTE DE ANTÍGENO REAGENTE NA REGIÃO DO VALE DO RIO PARDO
Resumo
Introdução: O Severe Acute Respiratory Syndrome – Related Coronavirus 2 (Sars-CoV-2), vírus pertencente à família dos coronavírus e causador da Covid-19, foi responsável por gerar a maior epidemia de saúde da história do Brasil. Além de ser um vírus RNA, cuja frequência de mutações geralmente é maior, o surgimento de novas variantes foi uma consequência importante ao longo da pandemia. Objetivo: identificar as variantes epidemiológicas de SARS-CoV-2 em circulação na Região do Vale do Rio Pardo, Rio Grande do Sul, Brasil. Metodologia: pesquisa transversal realizada através da coleta de amostras biológicas de pacientes com teste rápido de antígeno reagente. Os pacientes foram atendidos em unidades ambulatoriais e hospitalares distribuídas em 17 municípios que constituem a região do Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (CISVALE). Os pacientes positivos para a Covid-19 foram convidados a fazer parte do projeto. Foi realizada uma nova coleta de swab nasal para confirmação do resultado do exame pela RT-qPCR. Os dados epidemiológicos dos pacientes foram obtidos a partir da ficha de notificação e-SUS. As variáveis analisadas foram: sexo, faixa etária, média de idade, dose de vacina, sintomas, média de Ct (Cycle Threshold) e a presença ou ausência da mutação Ômicron (BA.1 e BA.2). A extração dos ácidos nucleicos foi realizada com automação utilizando o kit comercial MagMAX CORE Nucleic Acid Purification Kit™. A RT-qPCR foi realizada por meio do sistema AGPATH, com amplificação do gene E do vírus e do gene da RNA polimerase humano para controle do material biológico. Foi realizada uma triagem das linhagens para identificar as sublinhagens da variante Ômicron (BA.1 e BA.2), utilizando um conjunto de primers e sonda da deleção 69/70. Resultados: foram realizados 169 testes de RT-qPCR para a Covid-19, dos quais 156(92,3%) foram concordantes com o teste de antígeno. Um total de 97(62,1%) pacientes eram mulheres e 59(37,2%) eram homens. A média de idade foi de 47 anos para as mulheres e 50 anos para os homens. Quanto à dose de vacina recebida contra à doença, 10(6,4%) realizaram uma única dose, 54 (34,6%) duas doses, 51 (32,6%) três doses e 34(21,7%) não foi informado. No que tange aos sintomas, os mais prevalentes foram: tosse (57,6%), dor de cabeça (53,8%) e dor de garganta (52,5%). Em relação à triagem das linhagens, foram analisadas 156 (100%) amostras, sendo 23(14,7%) pertencentes à sublinhagem Ômicron BA.1, 114 (73%) à BA.2 e 19 (12%) não amplificadas, podendo ser outra variante. Quanto à análise das variantes, para todas as situações vacinais, notou-se a prevalência da sublinhagem BA.2. Cerca de 67(69%) pacientes do sexo feminino, foram detectados com a BA. 2, e 11(11%) com BA.1. Para cada faixa etária, sendo elas: < 18 anos, 18 a 29 anos, 30 a 45 anos, 46 a 60 anos e acima de 60 anos, observou-se o predomínio da sublinhagem BA.2. Conclusões: a variante Ômicron, em especial as sublinhagens BA.1 e BA.2 foram dominantes entre as amostras analisadas em 17 municípios da Região do Vale do Rio Pardo nos meses de abril e maio de 2022. No RS, a variante Ômicron teve sua maior disseminação no início de 2022 e na Região avaliada percebe-se o predomínio das sublinhagens nos meses analisados. Assim, destaca-se a importância de acompanhar a evolução das variantes de Sars-CoV-2 para avaliar o impacto no controle da Covid-19.
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ISSN 2764-2135