ANÁLISE DAS VARIANTES DE SARS-COV-2 EM PACIENTES COM TESTE DE ANTÍGENO REAGENTE NA REGIÃO DO VALE DO RIO PARDO

Eduarda Goettert, Lia Gonçalves Possuelo, Erika Barreto Knod, Andreia Rosane de Moura Valim, Mari Angela Gaedke, Marcelo Carneiro, Ana Paula Helfer Schneider, Richard Salvato, Tatiana Schaefer Gregianini

Resumo


Introdução: O Severe Acute Respiratory Syndrome – Related Coronavirus 2 (Sars-CoV-2), vírus pertencente à família dos coronavírus e causador da Covid-19, foi responsável por gerar a maior epidemia de saúde da história do Brasil. Além de ser um vírus RNA, cuja frequência de mutações geralmente é maior, o surgimento de novas variantes foi uma consequência importante ao longo da pandemia. Objetivo: identificar as variantes epidemiológicas de SARS-CoV-2 em circulação na Região do Vale do Rio Pardo, Rio Grande do Sul, Brasil. Metodologia: pesquisa transversal realizada através da coleta de amostras biológicas de pacientes com teste rápido de antígeno reagente. Os pacientes foram atendidos em unidades ambulatoriais e hospitalares distribuídas em 17 municípios que constituem a região do Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (CISVALE). Os pacientes positivos para a Covid-19 foram convidados a fazer parte do projeto. Foi realizada uma nova coleta de swab nasal para confirmação do resultado do exame pela RT-qPCR. Os dados epidemiológicos dos pacientes foram obtidos a partir da ficha de notificação e-SUS. As variáveis analisadas foram: sexo, faixa etária, média de idade, dose de vacina, sintomas, média de Ct (Cycle Threshold) e a presença ou ausência da mutação Ômicron (BA.1 e BA.2). A extração dos ácidos nucleicos foi realizada com automação utilizando o kit comercial MagMAX CORE Nucleic Acid Purification Kit™. A RT-qPCR foi realizada por meio do sistema AGPATH, com amplificação do gene E do vírus e do gene da RNA polimerase humano para controle do material biológico. Foi realizada uma triagem das linhagens para identificar as sublinhagens da variante Ômicron (BA.1 e BA.2), utilizando um conjunto de primers e sonda da deleção 69/70. Resultados: foram realizados 169 testes de RT-qPCR para a Covid-19, dos quais 156(92,3%) foram concordantes com o teste de antígeno. Um total de 97(62,1%) pacientes eram mulheres e 59(37,2%) eram homens. A média de idade foi de 47 anos para as mulheres e 50 anos para os homens. Quanto à dose de vacina recebida contra à doença, 10(6,4%) realizaram uma única dose, 54 (34,6%) duas doses, 51 (32,6%) três doses e 34(21,7%) não foi informado. No que tange aos sintomas, os mais prevalentes foram: tosse (57,6%), dor de cabeça (53,8%) e dor de garganta (52,5%). Em relação à triagem das linhagens, foram analisadas 156 (100%) amostras, sendo 23(14,7%) pertencentes à sublinhagem Ômicron BA.1, 114 (73%) à BA.2 e 19 (12%) não amplificadas, podendo ser outra variante. Quanto à análise das variantes, para todas as situações vacinais, notou-se a prevalência da sublinhagem BA.2. Cerca de 67(69%) pacientes do sexo feminino, foram detectados com a BA. 2, e 11(11%) com BA.1. Para cada faixa etária, sendo elas: < 18 anos, 18 a 29 anos, 30 a 45 anos, 46 a 60 anos e acima de 60 anos, observou-se o predomínio da sublinhagem BA.2.  Conclusões: a variante Ômicron, em especial as sublinhagens BA.1 e BA.2 foram dominantes entre as amostras analisadas em 17 municípios da Região do Vale do Rio Pardo nos meses de abril e maio de 2022. No RS, a variante Ômicron teve sua maior disseminação no início de 2022 e na Região avaliada percebe-se o predomínio das sublinhagens nos meses analisados. Assim, destaca-se a importância de acompanhar a evolução das variantes de Sars-CoV-2 para avaliar o impacto no controle da Covid-19.

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


ISSN 2764-2135