FLUORETOS EM DENTIFRÍCIOS COMERCIALIZADOS EM SANTA CRUZ DO SUL - RS
Resumo
Introdução: A cárie dentária é a doença crônica mais prevalente em todo o mundo. Nesse contexto, a fluoretação das águas de abastecimento público é elemento essencial da estratégia de promoção da saúde bucal. No entanto, os dentifrícios fluoretados representam um dos métodos mais racionais de prevenção de cárie, pois aliam a remoção mecânica do biofilme dental à exposição constante ao flúor, sendo responsáveis pela diminuição nos índices de cárie observados em todo o mundo. Atualmente, os dentifrícios disponíveis no comércio possuem em sua composição diferentes tipos de fluoreto, com distintas concentrações e características. Objetivos: Verificar os fluoretos informados nas embalagens dos dentifrícios comercializados em Santa Cruz do Sul-RS, bem como sua concentração e possíveis repercussões na saúde bucal. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa quantitativa observacional. Os critérios de inclusão foram: dentifrícios em venda online, disponíveis para retirada em lojas físicas de Santa Cruz do Sul - RS. Foram excluídos os produtos que não possuíam flúor na composição ou que eram destinados a crianças. Os seguintes dados foram coletados: nome comercial, tipo e concentração do fluoreto, volume e valor comercial. Principais resultados: Os fluoretos descritos nas embalagens dos dentifrícios comercializados de forma online em Santa Cruz do Sul foram: Fluoreto de amina, fluoreto estanhoso, monofluorfosfato de sódio e fluoreto de sódio. O fluoreto estanhoso, associado ou não a outros sais fluoretados, quando adicionado ao dentifrício, tem se mostrado mais eficaz na redução de placa e inflamação gengival, em comparação a dentifrícios com fluoreto de sódio. O fluoreto de amina, por sua vez, tem forte poder adesivo devido ao componente orgânico amina, por este motivo está relacionado a um aumento da biodisponibilidade. O fluoreto de sódio e o monofluorofosfato de sódio estão entre os fluoretos mais utilizados. Estima-se que os dentifrícios mais vendidos no país sejam a base de monofluorfosfato devido ao seu baixo custo. No entanto, este perde parte de sua eficiência antes do prazo de validade, pois pode ocorrer reação do flúor com abrasivos contendo cálcio dentro do tubo. Foram encontrados 52 dentifrícios, sendo dois (4%) contendo fluoreto de amina em sua composição, 26 (50%) contendo fluoreto de sódio, 21 (40%) contendo monofluorfosfato de sódio, dois (4%) contendo fluoreto estanhoso e um dentifrício (2%) apresentou na sua composição fluoreto estanhoso e fluoreto de sódio. As concentrações da maioria dos fluoretos encontrados variaram entre 1000 e 1500 ppm, seguindo a regulamentação dos órgãos públicos, que preconizam concentrações até 1.500 ppm flúor. Entretanto, um produto disponível possui concentração de 5000 ppm de flúor, o qual deveria ser vendido apenas com prescrição do cirurgião-dentista. Esse dentifrício contem três vezes mais flúor que os demais, representando um fator de risco para fluorose caso utilizado e deglutido, especialmente por crianças menores de 8 anos. Conclusões: O fluoreto mais presente nos dentifrícios é o fluoreto de sódio, no entanto, o que apresenta valor mais acessível é o monofluorfosfato de sódio. Além disso, considerando a disponibilidade de dentifrício com alta concentração de flúor para aquisição sem prescrição, enfatiza-se a importância da fiscalização dos estabelecimentos comerciais e a necessidade de orientação dos cirurgiões-dentistas quanto ao dentifrício mais adequado às necessidades de cada indivíduo.
Apontamentos
- Não há apontamentos.
ISSN 2764-2135