HÁBITOS ORAIS DELETÉRIOS NO DESENVOLVIMENTO DAS MALOCLUSÕES

Martina Fiegenbaum Wingert, Jenniffer Scapini Paludo, Michele Inês Baierle, Kelly Andressa Haas Fonseca, Roque Wagner

Resumo


Introdução: A maloclusão é resultado de fatores genéticos e ambientais, levando a uma falha do desenvolvimento do sistema maxilofacial que acarreta no desalinhamento dos dentes superiores e inferiores. Esse distúrbio pode ser constatado com frequência em nossas atividades no projeto Corrente do Bem Rio Pardo, e pode causar problemas psicológicos e implicar na qualidade de vida, sendo considerado um problema de saúde pública. As maloclusões apresentam diversas classificações, e dentre as causas, os hábitos orais deletérios desempenham um grande papel, dependendo de sua frequência, intensidade e duração. Objetivo: Evidenciar os hábitos orais deletérios relacionados ao desenvolvimento das maloclusões. Metodologia: Realizou-se uma revisão de literatura através das bases de dados: Portal de Periódicos da CAPES, SciELO e PUBMED. Incluiu-se na busca artigos nacionais e internacionais, publicados entre os anos de 2016 e 2022 utilizando as palavras-chaves em português e inglês: Hábitos Orais (Oral Habits); Maloclusão (Malocclusion); Crianças (Child); Respiração Bucal (Mouth Breathing). Resultados: Durante a fase de desenvolvimento e crescimento de uma criança, as estruturas ósseas são influenciadas por hábitos fisiológicos, que resultam da repetição de uma função normal como fala, deglutição, respiração nasal, amamentação e mastigação. Porém, hábitos parafuncionais podem influenciar negativamente o desenvolvimento do aparelho estomatognático, causando desequilíbrios das estruturas dentofaciais, levando às maloclusões. Vale ressaltar que um hábito oral na primeira infância é normal, porém, quando praticado a partir dos 3 anos de idade é considerado anormal. Dentre os hábitos deletérios, os mais comuns entre as crianças são chupar o dedo, roer unhas, bruxismo, respiração bucal, interposição de língua, chupar e morder os lábios, uso de chupeta e de mamadeira. A respiração bucal pode acarretar alta prevalência de mordida cruzada posterior e ter associação com maloclusão Classe III e mordida aberta anterior. Já os hábitos de sucção de chupeta, mamadeira e dedo estão frequentemente associados com a deglutição atípica, acarretando protrusão dos incisivos superiores e da pré-maxila, mordida aberta anterior e mordida cruzada posterior. Conclusão: Apesar dos hábitos orais deletérios terem grande impacto no desenvolvimento das maloclusões, é importante ressaltar que seu desenvolvimento dependerá do padrão genético de crescimento. Sendo assim, a presença de um mau hábito não é fator determinante por si só para o desenvolvimento de uma maloclusão. Ainda assim, se faz necessária a conscientização de pais, professores e crianças sobre os impactos relacionados aos hábitos deletérios e a importância de intervenção precoce.

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ISSN 2764-2135