EFEITOS DO TABAGISMO NA SAÚDE CARDIOVASCULAR: UMA REVISÃO DA LITERATURA
Resumo
INTRODUÇÃO: O consumo do tabaco é um fator de risco independente para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e quando associado a fatores de riscos como diabetes mellitus e hipertensão arterial sistêmica, o risco de desenvolver patologias cardíacas aumenta. Os indivíduos que se expõem a pequenas quantidades e os fumantes passivos possuem um risco mais elevado, até 30%, de desenvolver doenças cardiovasculares em comparação às pessoas que não são expostas. OBJETIVO: Verificar e estabelecer a relação das principais alterações causadas pelo tabagismo na saúde cardiovascular. METODOLOGIA: Revisão integrativa da literatura, realizada por meio de pesquisa exploratória e retrospectiva nas bases de dados SciELO Brasil, LILACS, Scopus e PubMed, entre 25 de julho e 02 de agosto de 2022. Utilizou-se os descritores “Sistema Cardiovascular” AND “Tabagismo” AND “Fatores de Risco de Doenças Cardíacas” - ambos vinculados ao DeCS/MeSH. Foram encontrados 20 resultados e selecionados três artigos para a análise. Os critérios de exclusão foram o acesso limitado, títulos e resumos discrepantes dos interesses de pesquisa e artigos publicados antes de 2017. PRINCIPAIS RESULTADOS: O consumo do tabaco exerce grande influência na saúde cardiovascular, aumentando a prevalência de infarto em nível mundial. Esse aumento de casos é resultado de mecanismos como: disfunção endotelial, maior oxidação de colesterol LDL, redução do colesterol HDL, aumento dos níveis das moléculas de adesão e fibrinogênio, aumento da agregação plaquetária e aumento na prevalência de espasmos vasculares causados pelas toxinas presentes em produtos que contenham tabaco. Essas substâncias presentes no tabaco agridem o endotélio, que é considerado um tecido regulatório a manutenção da integridade vascular, além de modular o tônus do músculo liso vascular, mediar a homeostase, a proliferação celular, os mecanismos inflamatórios e imunes da parede vascular. A exposição ao tabaco leva ao estresse oxidativo, que diminui a atividade do óxido nítrico endotelial e reduz a biossíntese de prostaciclinas, consequentemente deixam as artérias mais vulneráveis ao depósito de placas gordurosas, e interferem no mecanismo de contração e relaxamento do coração, o que resulta em maior dificuldade para o sangue circular. Em relação ao impacto da nicotina, essa substância também é responsável por diversas modificações cardiovasculares. Em exposição aguda, leva a um status de aumento de resistência vascular periférica, diminuição da elasticidade e promove um aumento da atividade simpática e lesa diretamente o endotélio através da libertação de fatores plaquetários, radicais livres e endotelina. CONCLUSÕES: A exposição crônica ao tabaco associa-se a um processo acelerado de aterosclerose comprometendo a perviedade dos ramos das artérias coronárias. Desse modo, o tabagismo é um dos preditores de morte súbita cardíaca por isquemia miocárdica. Contudo, se o hábito de fumar for cessado, o risco de doença cardíaca começa a declinar; após 1 ano, o risco é reduzido à metade, e após 10 anos é semelhante ao de indivíduos sem antecedentes de tabagismo. Assim, o tabagismo demonstra ser um importante fator de risco para a cardiopatia isquêmica e se apresenta como um grande comprometedor modificável de danos cardiovasculares.
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ISSN 2764-2135