REFLEXÕES SOBRE A EDUCAÇÃO INCLUSIVA

João Franco do Nascimento Neto, Letícia Lorenzoni Lasta

Resumo


No Brasil, o movimento pela inclusão escolar encontra origem em meados da década de 1990, quando a palavra “inclusão”, mesmo que de maneira sutil, passou a ser utilizada nos materiais e programas elaborados pelo Ministério da Educação. Alguns estudos apontam a inclusão como algo crucial, tanto para a diminuição das desigualdades quanto para a constituição de uma forma de vida mais democrática e participativa na contemporaneidade. Ao decorrer das aulas de Psicologia Social II, debateu-se sobre a temática da inclusão, que para além de garantir direitos sociais e reconhecer lutas históricas de grupos minoritários, também produz efeitos e é um dos elementos formadores da subjetividade contemporânea. A partir desse debate, a disciplina propôs que os estudantes pudessem buscar e conhecer práticas inclusivas desenvolvidas na região. Nesse sentido, este trabalho apresenta, a partir de visita realizada em uma escola estadual de ensino médio, do Vale do Taquari – RS, algumas reflexões sobre educação inclusiva. Como recursos metodológicos, foram utilizadas a observação participante, e a realização de registro em diário de campo, das conversas informais com atores diretamente envolvidos com as atividades que se pretendem como inclusivas na instituição. Com base nas observações e nos registros do diário de campo, buscou-se o Censo Escolar da Educação Básica, bem como, decretos federais que contemplam o atendimento escolar especializado (AEE), além de artigos em bases de dados (como Pepsico e Scielo) para subsidiar as reflexões teórico-práticas. Com base nisso, foi possível conhecer o AEE como um serviço educacional que organiza recursos de modo a suplementar a escolarização de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e/ou altas habilidades/superdotação que estão matriculados no ensino comum. Observou-se que as atividades, realizadas em uma sala multifuncional, encontram-se em conformidade com o que regulariza e estabelece o decreto nº 7.611/2011. Tais atividades, contam com ferramentas que buscam garantir a inclusão de alunos com deficiências (como mapas em alto relevo, lupa eletrônica e livros que possibilitam o ensino do sistema braille), assim como dispõe de brinquedos e recursos que estimulam o desenvolvimento, proporcionando o conhecimento sensorial e dos espaços, para locomoção do estudante. A equipe diretiva demonstra interesse pelas atividades, realizando aquisição de materiais necessários para o desdobramento das práticas, e fazendo encaminhamento dos alunos para os profissionais indicados, quando necessário. A partir desse trabalho, verificou-se que as políticas de inclusão estabelecem o entendimento de que diferentes saberes, serviços e ferramentas interdisciplinares são necessários para efetivar a manutenção dos alunos com deficiências na escola comum. Portanto, ao conhecer a realidade dessa escola atentou-se para o atendimento escolar especializado (AEE) e a utilização da sala de recursos multifuncionais como instrumento de ensino aprendizagem, no entanto, para além disso, também entendeu-se que se fazem necessárias reflexões sobre a forma como os processos de normalização se estabelecem na atualidade, no contexto de uma educação que busca ser inclusiva.


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ISSN 2764-2135