CONSTRUIR A AUTONOMIA-APRENDIZADO E ESCUTA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NO PROJETO ESCOLA INCLUSIVA

Jodéli Fabiana Dreissig, Carla Lavinia Pacheco da Rosa, Cleidi Lovatto Pires

Resumo


O Projeto Escola Inclusiva, iniciado em março de 2022, partiu de uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Santa Cruz do Sul e a Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e busca aliar a formação acadêmica às experiências de inclusão escolar. O projeto ocorre em 16 Escolas Municipais de Ensino Fundamental onde, atualmente, 65 crianças e jovens recebem o apoio em suas necessidades específicas de aprendizagem, locomoção e alimentação por graduandos de diferentes licenciaturas e Psicologia da UNISC. Desse modo, o projeto busca auxiliar a permanência de alunos em escolas públicas regulares, ao mesmo tempo que qualifica os futuros profissionais a partir do envolvimento no projeto. Nesse sentido, o projeto também oportuniza pela equipe coordenadora, estudos para o aperfeiçoamento dos estudantes envolvidos no projeto com a implementação de, seminários, visitas às escolas, reuniões quinzenais, orientações , trocas de saberes e vivências coletivas. Assim temos a oportunidade de aprofundarmo-nos acerca das temáticas de inclusão escolar, seus desafios para o ensino curricular e os processos psicodinâmicos envolvidos nesse trabalho, como as questões oriundas do ambiente familiar que aparecem nas relações de aprendizagem, por exemplo. Cotidianamente é realizado um diário de campo para relato de experiências, compondo um acompanhamento mais sistemático e aprofundado das aprendizagens da criança. Nesta esteira, enquanto estudante do curso de Psicologia, pude compreender sobre processos de autonomia e a escutar e respeitar a experiência singular de uma criança com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), contribuindo e facilitando a sua trajetória no ensino comum. As dificuldades e limitações envolvidas nesse processo são muitas, considerando o contexto sociocultural e de vulnerabilidade socioeconômica em que a escola está inserida, e os seus reflexos no cenário escolar e no desenvolvimento deste trabalho. Outro ponto importante nesta narrativa é a concepção de aluno/estudante com a qual realizo o meu estágio, pois busco cotidianamente, desconstruir ideias normatizadoras, fomentando um ser-aluno autônomo e capaz de construir conhecimentos através das trocas. Como conclusões, podemos apontar que o diagnóstico tem relevância, mas que não deve ser compreendido de modo que limite possibilidades de aprendizagem das crianças, mas entendê-lo como um meio para a compreensão do modo como essa criança vai colocando-se nos lugares e aprendendo. Assim, é possível trabalharmos respeitando os seus modos de existir, de relacionar-se e de aprender. Ademais, através de uma perspectiva multidisciplinar, aliando a Psicologia e as licenciaturas, essa experiência ocorrerá até o final deste ano, fomentando novos saberes entre os envolvidos, promovendo qualificação acadêmica e atendendo também às necessidades específicas dos alunos público-alvo da educação especial.

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ISSN 2764-2135