Restrição de Sono e a Aprendizagem em Adolescentes: possíveis relações

Kely Ruiz, Valdir de Aquino Lemos, Luiz Sérgio Sardinha

Resumo


O sono supre significativas necessidades de regulação e equilíbrio de funções biológicas, psicológicas e sociais do indivíduo, além de modular inúmeras funções cognitivas, bem como a consolidação da memória e da aprendizagem, principalmente na adolescência, período em que ocorrem mudanças biopsicossociais e comportamentais. Diante disso, o objetivo trabalho foi discutir e descrever as relações entre restrição de sono e aprendizagem em adolescentes. O método empregado foi a revisão bibliográfica da literatura. Os estudos utilizados estão disponibilizados nas bases de dados SciELO Brasil, Google Acadêmico, bibliotecas virtuais e livros, totalizando 86 obras (51 artigos, sete livros e duas legislações), publicadas entre 1981 e 2021. Os principais resultados indicam que a restrição de sono prejudica a aprendizagem dos adolescentes. O sono é um importante recurso para o funcionamento do organismo, pois efetua a conservação e a estabilidade de várias funções para equilíbrio do corpo. A restrição de sono prejudica a aprendizagem dos adolescentes, pois este é fundamental para o bom funcionamento dos processos fisiológicos, sem sua alternância, com o processo de vigília, podem gerar alterações de fatores endógenos e sociais, por ser circadiano, ou seja, um processo espiralado, interferindo, quando não ocorre adequadamente, de maneira negativa no rendimento cognitivo de adolescentes e em seus respectivos rendimentos escolares. Portanto, a má qualidade de sono provoca considerável mudança no desempenho físico, ocupacional, cognitivo e social de qualquer pessoa. Uma exacerbada influência pejorativa na qualidade de sono dos adolescentes devido ao uso em exagero das novas tecnologias e mídias sociais, acarreta consequências negativas, pois ele substituiu horas de sono por horas de atividades em dispositivos eletrônicos. Evidências variadas demonstram uma associação entre indivíduos com situação socioeconômica desfavorável e a diminuição da duração do sono, acarretando menor desempenho acadêmico, problemas emocionais e altas taxas de absenteísmo. Muitos jovens possuem até mesmo em seus quartos, aparelhagens tecnológicas, incentivando ainda mais seu uso em excesso. A restrição de sono em jovens adolescentes, em sua maioria, é um problema global multifatorial. A dose diária recomendada de sono para adolescentes é de 9 horas diariamente, sendo tal quantidade raramente atingida. No contexto das pesquisas atuais, a tendência é pelo apontamento para a diminuição da carga horária de sono diária ao longo do período da adolescência e bruscas quedas no rendimento de aprendizagem e acadêmico neste mesmo grupo, que não cumpre a quantidade necessária de descanso e sono para possuir seus processos de restauração e fixação da memória restabelecidos, afetando gravemente a aprendizagem num contexto geral. Conclui-se que o sono tem importância necessária para que o organismo se mantenha em constante equilíbrio. As funções cognitivas, consolidação da memória e a aprendizagem, são tarefas dependentes da boa qualidade do sono do adolescente.

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ISSN 2764-2135