O PROCESSO EDUCACIONAL E O PERCURSO DE UMA MULHER TRANS: RELATO DE CASO

Autores

  • Marina Horn UNISC
  • Guilherme Mocelin UNISC
  • Analídia Rodolpho Petry UNISC
  • Vera Elenei da Costa Somavilla UNISC
  • Lucas Vinicios Weiss UNISC
  • Gabriela dos Santos Rodrigues UNISC
  • Ana Carolina Bienert UNISC

Resumo

INTRODUÇÃO: Seguindo as prerrogativas previstas na Constituição Brasileira de 1988, a saúde, o trabalho e a educação são direitos de todos(as). Portanto, através do acesso a essas prerrogativas, a comunidade pode vislumbrar uma vivência digna com direitos equitativos e igualitários. Entretanto, no que tange à população trans, quando a identidade de gênero não corresponde ao sexo biológico, a sociedade, por vezes, delimita até onde esses direitos podem ser alcançados, através de distintas formas de preconceito. O Brasil está em primeiro lugar na listagem dos países onde ocorrem mais assassinatos de mulheres trans, contribuindo para que a expectativa de vida dessa população, de acordo com dados de 2018, seja de 35 anos. Salienta-se que a expectativa de vida da população cis é de 75 anos. A partir destes dados, é possível observar que a transexualidade, corrobora para situações de vulnerabilidade de amplo espectro. Nesse contexto, uma delas ocorre no ambiente escolar. Indivíduos inseridos na escola podem vivenciam o patriarcado heteronormativo e, desta forma, terem dificultada sua possibilidade avanço acadêmica, uma vez que, para atingi-lo, precisam percorrer esta trajetória educacional sendo caracterizados como diferentes.  OBJETIVO: Relatar as dificuldades de uma mulher trans ao frequentar a escola na adolescência.  METODOLOGIA: Relato de experiência a partir das atividades de atendimento realizadas no projeto de extensão Ambulatório Multiprofissional de Atenção à Saúde da População LGBTQIA+ (AMBITRANS).  RESULTADOS: durante os atendimentos percebeu-se relatos de que, durante a infância, no período em que esteve na escola, sua maneira de ser e seus hábitos de vida era, criticados e vistos como diferentes pelos demais colegas e pessoas com as quais convivia. Nesse âmbito, quando na adolescência, experienciou dificuldade em frequentar o ambiente escolar, pois ouvia piadas relacionadas ao seu corpo e forma de se portar, considerando os padrões culturais heteronormativos impostos socialmente.  A partir de todas as segregações sofridas, saiu do ambiente educacional antes da conclusão do ensino médio, o que dificultou o desenvolvimento de uma educação profissional formal. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Partindo do princípio de que a escola é um ambiente que propicia a socialização e, consequentemente, o convívio com a diferença, trata-se de ambiente que pode tornar-se um terreno fértil para acontecimentos de preconceito, como o bullying. Este, por sua vez, caracteriza-se como uma forma depreciativa aos sujeitos, que pode envolver a agregações física, mas verbal, social e psicológica.  O preconceito, assim como qualquer tipo de agressão, põe o indivíduo em situação de desvantagem em muitos aspectos da vida, resultando em que se afaste do ambiente onde esses fatos ocorrem. No caso deste relato de experiência o afastamento se deu em ralação ao ambiente escolar, fato que prejudicou enormemente a vida da mulher trans alvo desse estudo.

Biografia do Autor

  • Marina Horn, UNISC
    UNISC
  • Guilherme Mocelin, UNISC
    UNISC
  • Analídia Rodolpho Petry, UNISC
    UNISC
  • Vera Elenei da Costa Somavilla, UNISC
    UNISC
  • Lucas Vinicios Weiss, UNISC
    UNISC
  • Gabriela dos Santos Rodrigues, UNISC
    UNISC
  • Ana Carolina Bienert, UNISC
    UNISC

Publicado

2021-10-20