ATIVIDADES DE LAZER NA VIDA DA PESSOA IDOSA DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19.

Autores

  • Vitor Emanuel Alves Zambarda UNISC
  • Silvia Virginia Coutinho Areosa UNISC
  • Bernardo Reckziegel Bohn UNISC
  • Isadora Machado Amaral UNISC
  • Mari Ângela Gaedke UNISC
  • Cristiane Davina Redin Freitas UNISC

Resumo

No ano de 2020 chegou ao Brasil a pandemia da Covid-19, diante das incertezas de quanto tempo duraria essa pandemia, iniciou-se uma pesquisa sobre a saúde das pessoas idosas em isolamento domiciliar.  Utilizando o banco de dados das pessoas com mais de 60 anos que frequentavam serviços na universidade e que evidentemente estavam sem essas atividades pelas restrições sanitárias buscou-se contato telefônico. Essa pesquisa exploratória de cunho quanti-qualitativo contou com a participação de 554 idosos, sendo 87% mulheres e 13% homens, estes responderam várias perguntas ligadas a saúde mental, física e ao bem-estar, todos os contatos ocorreram com consentimento dos mesmos, que aceitaram fazer parte do estudo. Através dos resultados, observou-se que existem vários tipos de atividades que são consideradas de lazer pelos entrevistados, a UNISC proporciona muitas dessas atividades, como por exemplo a hidroginástica. Antes da pandemia, quase 74% dos idosos que participaram do estudo relataram que estavam fazendo alguma atividade física, quando a pandemia começou esse número caiu para 54%, pois havia uma restrição sanitária e muitos ficaram confinados em suas residências. Sem estímulo para seguirem se exercitando e sem alternativas de lazer extra casa, as pessoas idosas responderam ao questionamento de como estavam se sentindo nos últimos dias: 42% relataram sentir-se mal e 58% disseram estar bem, apesar das restrições. No entanto, o passeio com o animal de estimação, o café com os amigos e as rodas de conversas, deixaram de ser atividades rotineiras durante a pandemia e os idosos tiveram que reinventar-se. Para aqueles com um pátio grande, foi possível criar e cuidar de uma horta, fazer caminhadas e exercícios no pátio. Já aqueles que moram em apartamento, escutar rádio e olhar a programação da televisão, como assistir séries foram as alternativas. Porém, as substituições das atividades que faziam parte do dia a dia não foram suficientes para preservar por completo o bem-estar das pessoas idosas, muitos relataram que estavam tristes por deixar de fazer suas atividades de lazer, atividades físicas e de convivência. Desta forma, observou-se que dentre aqueles que disseram se encontrar mal, os sentimentos mais trazidos foram a ansiedade (N78), a preocupação (N70), o estresse (N45), e a tristeza (N42). Muitos desses sentimentos relatados são resultado da falta de convívio social e, das atividades físicas e de lazer, que antes eram realizadas cotidianamente. Conclui-se que essa pesquisa evidenciou como a mudança repentina na vida das pessoas idosas, o isolamento social, a falta de atividades físicas e de lazer acarretou em problemas de saúde, além dos que o SARS COV-2 trouxe ao longo destes dois anos na saúde dos idosos de Santa Cruz do Sul. Enfim, reiteramos que a velhice é percebida de maneira distinta pelos vários segmentos da sociedade, pelos diferentes profissionais e suas áreas de atuação. Portanto, este estudo não esgota a complexidade desta temática, mas lança novos olhares sobre as condições de lidar com o envelhecimento em tempos de pandemia.

Biografia do Autor

  • Vitor Emanuel Alves Zambarda, UNISC
    UNISC
  • Silvia Virginia Coutinho Areosa, UNISC
    UNISC
  • Bernardo Reckziegel Bohn, UNISC
    UNISC
  • Isadora Machado Amaral, UNISC
    UNISC
  • Mari Ângela Gaedke, UNISC
    UNISC
  • Cristiane Davina Redin Freitas, UNISC
    UNISC

Publicado

2022-10-25