MATERNO-INFANTIL: AÇÕES DE UM PROJETO DE PESQUISA E EXTENSÃO

Alice Laner Oliveira, Raquel Salzer, Maristela Soares Resende

Resumo


 

O período puerperal se inicia logo após o parto e se estende até o momento em que as alterações do corpo da mulher voltam às condições que se encontravam antes da gestação. É um tempo de intensas modificações, tanto física quanto psíquicas. Nesse momento, ela experimenta sentimentos distintos, de euforia, sensação de alívio misturada ao desconforto e ao desgaste físico, além do medo e da insegurança em relação ao cuidado com o Recém-Nascido. Assim, o pós-parto é impactante para a mulher, exigindo uma atenção maior para a sua adaptação e para os cuidados com o bebê. Em vista disso, o Projeto Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente (PASCA), da Universidade de Santa Cruz do Sul, através de seus integrantes, vem desenvolvendo ações a essas puérperas, usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS), como visitas de orientação à beira do leito, com a finalidade de garantir a saúde de mãe e filho, de estimular o vínculo entre ambos, incentivar o autocuidado, a amamentação e sanar suas dúvidas. Acrescenta-se que, frente à trajetória percorrida pelo PASCA ao longo de seus oito anos, sentiu-se a necessidade de agregar a pesquisa esse projeto de extensão. Assim, em maio de 2011, iniciou-se a coleta de dados, objetivando caracterizar as puérperas atendidas pelo Projeto, e aprimorar as ações. Dessa forma, até o momento 18 puérperas participaram do estudo, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e responderam o formulário de coleta. Destaca-se que cinco dessas puérperas apresentavam idade até 20 anos, configurando gravidez na adolescência. Sabe-se que esta é considerada uma gestação de risco, pois pode desencadear várias complicações, mas que não ocorreram com essas mulheres. Contudo, esse panorama reflete e denuncia a carência de programas efetivos voltados para a educação sexual que podem ser trabalhados estrategicamente nas escolas. Dentre as puérperas investigadas, apenas três apresentaram problemas de saúde durante a gestação, como anemia, diabetes gestacional e hipertensão arterial. O parto vaginal destacou-se no grupo, pois apenas seis se submeteram a cesárea. Além disso, nove possuíam mais de um filho; cinco eram primigestas; e três sofreram aborto anterior. Quanto à idade gestacional a que estas mulheres atingiram foi de 37 a 42 semanas. Dezesseis puérperas realizaram entre quatro a oito consultas no pré-natal, sendo que o SUS preconiza no mínimo, seis consultas. Porém, quanto à participação em grupos de gestantes, a aderência não foi significativa, pois apenas quatro participaram. Entende-se que a troca de experiências entre as gestantes, nos grupos, possa contribuir para minimizar angústias e clarear questões quanto ao período gestacional e puerperal. Portanto, nesta amostra de puérperas, identificou-se resultados satisfatórios quanto ao número de consultas pré-natal que foram efetivas, refletindo-se em um alto índice de gestação saudável, parto a termo e vaginal. Contudo, ainda nota-se a fragilidade dos programas que trabalham com a prevenção da gravidez na adolescência, bem como o quanto é preciso estabelecer estratégias para redefinir a forma de adesão aos grupos de gestantes. Acredita-se que esse estudo possa contribuir com o redirecionamento das ações do PASCA e de outros serviços da Rede de Saúde, na medida em que permite reflexões frente às fragilidades e as potencialidades encontradas.

 

 

 

 


Apontamentos

  • Não há apontamentos.