ATIVIDADES LÚDICAS: UMA OPÇÃO DE TRATAMENTO

Resumo

A internação hospitalar em uma unidade pediátrica provoca alterações na rotina de vida da criança e de seus familiares. Neste sentido, é preciso oferecer condições de desenvolvimento para as crianças, ampliando e valorizando o espaço e as oportunidades de brincadeiras, uma vez que brincar é um direito de qualquer criança, inclusive daquela que se encontra hospitalizada. Logo, é preciso valorizar as brincadeiras, os jogos, as histórias que irão exercer um papel tão importante quanto ao tratamento medicamentoso. Através da brincadeira, a criança pode explorar a criatividade, expressar seus sentimentos frente à situação que vivencia e, ainda compreender o mundo que a cerca. Diante disso, em 2004 iniciou-se um Projeto de Extensão intitulado “Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente – PASCA”, desenvolvido na Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), o qual envolve os cursos de Enfermagem, Odontologia, Nutrição, Medicina e Educação Física, mantendo parceria com o Hospital Santa Cruz e a empresa Mercur. Os professores e bolsistas, integrantes desse projeto, por entenderem a recreação como uma forte aliada na educação em saúde, sustentam ações com o objetivo de combinar educação em saúde à recreação. Desta forma, as atividades lúdicas, brincadeiras desenvolvidas tanto à beira do leito quanto na brinquedoteca, organizada e conservada pelo próprio projeto, na unidade hospitalar, buscam minimizar o sofrimento causado pelo processo do adoecer e da hospitalização, de tal modo que auxiliam na recuperação da criança, proporcionando condições favoráveis para que ela possa lidar com os diferentes sentimentos gerados no ambiente hospitalar. Igualmente, na efetivação das ações, os integrantes do Projeto, em datas comemorativas, como Páscoa, Dia das Mães, Festa Junina, Dia dos Pais, Dias das Crianças e Natal, decoram o ambiente de forma alusiva às datas, fazem a entrega de brinquedos às crianças e confeccionam cartões. Além dessas atividades, os integrantes do Projeto disponibilizam livros de sua biblioteca às crianças internadas e seus familiares e, dramatizam histórias infantis prioritariamente focadas na educação em saúde, como na “Hora do Conto”. Nesses instantes, a inclusão de bons hábitos de saúde e a imaginação são estimuladas, mas também é oportunizada, além da recreação, a interação com as mães e outras crianças. Entre outras atividades está o dia do palhaço, no qual as bolsistas se caracterizam e vão ao encontro das crianças proporcionando muitas gargalhadas, onde também esclarecem dúvidas junto às crianças e seus responsáveis. Acrescenta-se que, a partir de um forte vínculo estabelecido com a criança e sua família, pode-se contribuir com a sua recuperação e melhorar sua qualidade de vida, porém enfatiza-se que o resultado mais gratificante e importante, para quem é integrante de um projeto como este, é perceber que o benefício do brincar reflete-se na alegria estampada no rosto das crianças, que mesmo doentes são capazes de sorrir.