PET-SAÚDE/SAÚDE MENTAL/CRACK, ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS: LEVANTAMENTO DO PERFIL DOS USUÁRIOS DO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL PARA ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS DE SANTA CRUZ DO SUL

Diana da Silva Russo, Elton Luis Petry, Meiriane de Barros Gaedke, Ari Nunes Assunção, Bruno André Kliemann

Resumo


No Brasil a questão da dependência de drogas lícitas e ilícitas é cada vez maior, sendo considerado um problema de saúde pública. A gravidade da situação aponta para uma problemática de saúde de alta complexidade, exigindo a atenção da sociedade como um todo para apontar possíveis saídas. Em março de 2011, iniciaram-se as atividades do Programa de Educação pelo Trabalho para Saúde PET-Saúde/Saúde Mental/Crack, Álcool e outras Drogas (PET), do Ministério da Saúde que é desenvolvido pela Universidade de Santa Cruz do Sul em parceria com as secretarias de saúde dos municípios de Santa Cruz do Sul, Vera Cruz e Candelária, sendo o primeiro PET-Saúde regional. O programa possibilita discutir ações e políticas que compõe a área de saúde pública e mental. Este trabalho decorre de uma pesquisa quantitativa no Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas de Santa Cruz do Sul (CAPS ad), que está sendo realizada pelos bolsistas de extensão do PET e tem como objetivo conhecer o perfil dos usuários do serviço. Esse tipo de levantamento é necessário para definir estratégias e formas de tratamento, construindo ações de promoção, prevenção e intervenção em saúde. A metodologia desse trabalho se utiliza de uma abordagem quantitativa, descritiva e documental com 1098 prontuários do CAPS ad, sendo que, no total, há registros de 1863 pacientes, porém, o foco da pesquisa são os 1098 prontuários dos usuários que continuaram o tratamento no serviço. Contudo, observamos que os dados referentes a usuários que procuram o serviço exclusivamente para o tratamento do uso de tabaco não estão contemplados na pesquisa neste momento, pois o serviço tem prontuários diferenciados para esse público, não sendo possível analisá-los com o mesmo instrumento de coleta. A coleta dos dados brutos foi finalizada no primeiro semestre de 2011, sendo os mesmos transcritos e analisados de forma parcial nesse trabalho. Assim, com base nos dados pesquisados verificamos que: 88% dos pacientes são do sexo masculino e 12% são do sexo feminino; nas faixas etárias, 25% tem entre 18 a 25 anos, 23% tem entre 26 a 34 anos, 46% tem entre 35 a 60 anos, 4% tem idade acima de 60 anos, sendo que em 2% dos prontuários não havia a faixa etária informada; com relação à escolaridade, 0,5% são analfabetos, 53% tem o nível fundamental incompleto, 12% tem o nível fundamental completo, 8% tem o nível médio incompleto, 9% tem o nível médio completo, 4% tem nível superior incompleto, 0,5% tem o nível superior completo, em 14% dos prontuários, não constava a escolaridade; com relação à idade de início de uso 4% dos pacientes iniciaram o uso com menos de 9 anos, 12% entre os 10 aos 12 anos, 48% entre os 13 aos 17 anos, 17% entre os 18 aos 25 anos, 3% entre os 26 aos 34 anos, 3% entre os 35 aos 60 anos, ninguém (0%) iniciou o uso após os 60 anos e em 13% dos prontuários não havia a informação. Sobre os tipos de substâncias psicoativas experimentadas estão: álcool (83%), cocaína (51%), tabaco (47%), maconha (44%), crack (36%), outras (15%); sendo que a droga de preferência foi: álcool (44%), crack (21%), cocaína (11%), maconha (3%), múltiplas (16%) e outras (1%), não informado (4%). Dos 1098 usuários 679 já foram internados, com média de 2,6 internações por paciente e 10% da população desse estudo foi diagnosticadas com comorbidades psiquiátricas. Os dados apresentados ainda serão objeto de discussão teórica, possibilitando uma análise das melhores alternativas para a problemática apresentada.

 


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