DESAFIOS NA OPERACIONALIZAÇÃO DA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE.

Emanuela Ramos, Maristela Soares Rezende

Resumo


 

A necessidade de aperfeiçoamento profissional é uma exigência presente na sociedade, estando relacionada à qualidade do trabalho prestado. Nas instituições de saúde, como o trabalho está diretamente relacionado aos cuidados com os usuários, os efeitos são imediatos, cobrando um aperfeiçoamento a fim de não lesá-los. Cabe lembrar que o avanço tecnológico e a produção de conhecimento intenso obrigam o profissional a uma constante busca de atualizações. Neste sentido, a Enfermagem desde os primórdios vem mostrando uma preocupação com a qualidade na formação de profissionais para atuar na assistência. Por anos, a fim de manter o aperfeiçoamento dos profissionais, foram criados momentos de treinamento, capacitação, cursos de atualização, programas de educação continuada e, recentemente, se defende a ideia da educação permanente. Diferente das demais, em que o foco centra-se na competência técnica, em aprender novas habilidades ou modificá-las para exercer determinada função exigida pela instituição, a educação permanente busca não apenas qualificar o indivíduo, mas sensibilizar o profissional, tornando-o consciente quanto as suas responsabilidades, educando-o para a vida na medida em que favorece a formação de um cidadão comprometido com a sociedade. Logo, a Educação Permanente em Saúde constitui estratégia fundamental para transformações do trabalho. Este se torne um lugar de atuação crítica, reflexiva, compromissada e tecnicamente competente. Porém, percebendo esta necessidade, muitas instituições apresentam dificuldades na implementação da proposta de educação permanente, seja por escassez de recursos financeiros ou humanos. Assim, evidenciando a existência desta problemática no Hospital Santa Cruz, foi contatada com a direção deste, apresentando o projeto de extensão “Educação Permanente: Uma Estratégia de Qualificação em Saúde”, que objetiva qualificar e padronizar a assistência junto à equipe de enfermagem, aliando o conhecimento dos enfermeiros assistenciais aos da academia, a partir das necessidades referidas pela equipe de enfermagem, qualificando e sedimentando o ensino, característica peculiar destes projetos. Portanto, realizaram-se reuniões com enfermeiros da unidade de internação médico-cirúrgico para elaborar um questionário o qual foi aplicado junto à equipe desta unidade a fim de que apontasse suas fragilidades e forma de trabalhá-las. Contudo, enfrentaram-se algumas dificuldades, pois a maioria desses profissionais confunde educação permanente com capacitação, solicitando procedimento específico, no caso, a reanimação cardiorrespiratória, limitando a qualificação ao espaço físico e temporal. Acrescenta-se que o procedimento citado é utilizado esporadicamente, mas de fato, quando ocorre expõe significativamente a fragilidade do profissional frente a toda uma equipe. Tal postura denota a dificuldade em expor as fragilidades que ocorrem no seu dia a dia, pois, a muitos dos profissionais estão limitados a uma prática ou idéia de qualificação voltada apenas aos interesses da instituição. Apesar dessas dificuldades, pensa-se em não desvalorizar a solicitação, mas aliar a proposta de capacitação, motivando-os para o foco da educação permanente. Espera-se que o projeto valorize as vivências do profissional e possa instrumentalizá-lo para que consiga identificar e resolver seus problemas. Entende-se que o processo de educação permanente pode motivar o trabalhador, transformar o serviço e, desta forma, qualificar a assistência.

 

 


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