BOAS EXPERIÊNCIAS DE LEITURA NO ENSINO FUNDAMENTAL E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMAÇÃO DE LEITORES

ANGELA COGO FRONCKOWIAK, EDILAINE DORNELLES ROSA

Resumo


Os resultados do INAF (2009), divulgados, no início de 2010, pelo Instituto Paulo Montenegro e pela ONG Ação Educativa, demonstram dados preocupantes em relação à leitura e à escrita dos brasileiros. Atenta a essa realidade e como futura professora de Língua Portuguesa, decidi elaborar minha monografia de conclusão do Curso de Letras Português/Inglês, da UNISC, examinando, de modo mais atento, a relação da escola com a formação de leitores. Com essa perspectiva de trabalho, vislumbrei confirmar a suposição de que a contação de histórias poderia ser um caminho para incentivar o hábito da leitura e auxiliar o processo de transformação necessário dos índices de alfabetismo brasileiros. Para desenvolver crianças e jovens capazes de fazer uso da linguagem oral e escrita para sua necessidade de crescer cognitivamente, suprindo às inúmeras demandas de uma sociedade, é emergente que o docente de Língua Portuguesa faça em sala de aula seu papel de mediador entre os suportes de leitura e os futuros leitores. Para isso, escolhi reencontrar a turma do 8° ano, turma 81, da EMEF Nero Pereira de Freitas, em Vale Verde/RS, pois, em 2007, através do Projeto Mala Itinerante, proposto pela então Secretária de Educação e Pedagoga, tive a oportunidade de contar histórias para esses mesmos alunos (que hoje estão no 8° ano) na 4° série. Atualmente, a turma é formada por quatorze alunos, mas somente os nove alunos que faziam parte das Horas do Conto no projeto, em 2007, foram incluídos como sujeitos da pesquisa. Através da aplicação de um questionário para os alunos pesquisados, o preenchimento de uma planilha de retirada de livros e revistas pelos pesquisados na biblioteca e a observação das aulas de Língua Portuguesa de que eles participavam, pude analisar a realidade atual de leitura nessa escola. Constatei, com a análise dos dados, que esses alunos mudaram suas preferências por tipologias de textos de leitura, mas, com certeza, a experiência de contação de histórias vivida nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nas experiências das Horas do Conto por mim realizadas, contribuiu para que eles continuem lendo como leem. Muitos dos educandos tinham, ainda, lembranças bastante nítidas das vivências oportunizadas em sua infância e, inclusive, de alguns títulos lidos por mim. A partir desse resultado, será feita a sugestão, para a escola e para o município, de que retomem a contação de histórias e projetos semelhantes à Mala Itinerante para alunos das séries iniciais até as finais do Ensino Fundamental, iniciativa que hoje, infelizmente, é inexistente.


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