PERFIL DAS PARTURIENTES E DE SEUS RECÉM-NASCIDOS ATENDIDOS EM UM HOSPITAL-ESCOLA DO INTERIOR DO RIO GRANDE DO SUL
Resumo
A maioria dos partos termina de forma favorável e decorre de gestações que evoluíram sem complicações. No entanto, há uma parcela de gestações que iniciam com problemas (ou os problemas surgem no seu curso) e apresentam maior probabilidade de um desfecho desfavorável. Em cada região há grandes diferenças tanto em relação ao atendimento de saúde quanto às características das mulheres que são atendidas, ligadas a aspectos demográficos, culturais, sociais e econômicos e que determinam padrões diferentes de comportamento feminino. A identificação dessas características torna-se uma ferramenta importante para o planejamento de ações que visem à melhoria da saúde materno-infantil, bem como uma aplicação adequada dos recursos de saúde. Nesse contexto, o presente estudo objetiva identificar o perfil das parturientes e de seus recém-nascidos atendidos no Hospital Santa Cruz (HSC), em Santa Cruz do Sul. Para tanto, foi realizado um estudo transversal de análise dos dados de partos realizados no HSC no período de julho de 2010 a junho de 2011, a partir do livro de registros da maternidade do hospital. No período mencionado, nasceram 1431 crianças no HSC. Observou-se que 71,6% das mulheres estavam na faixa etária entre 20 e 34 anos, 98,3% eram procedentes de Santa Cruz do Sul e que 82,7% realizaram seis ou mais consultas pré-natais. Quanto aos recém-nascidos, a grande maioria apresentou boa vitalidade ao nascer, embora 12,2% eram pré-termos e 10,8% tinham baixo peso ao nascer. Correlacionando-se a idade das parturientes e as características dos seus recém-nascidos, observou-se que filhos de mulheres na faixa etária entre 20 e 34 anos apresentam Apgar e peso em índices melhores comparados aos filhos de parturientes nas faixas menores que 20 anos e maiores ou iguais a 35 anos, embora a diferença seja pequena. Desse modo, com os resultados obtidos foi possível a determinação do perfil das parturientes e de seus recém-nascidos no HSC, constituindo um instrumento útil para que se tracem estratégias capazes de prevenir a morbimortalidade materno-infantil. Por fim, também evidenciamos que a forma de registro dos dados no hospital talvez seja inadequada, pois, sendo feita de forma manuscrita em um livro ata, pode subestimar as informações referentes aos processos de gestação e nascimento em decorrência do não preenchimento integral dos dados ou até mesmo por uso de grafia inadequada. Acredita-se que a implantação de um sistema informatizado padronizaria o preenchimento, evitando tais problemas.
Texto completo:
PDFApontamentos
- Não há apontamentos.