A RELAÇÃO ENTRE O USO DE PSICOFÁRMACOS E O PROCESSO DE PSICOTERAPIA NA VIDA ADULTA

JERTO CARDOSO DA SILVA, DINAMAR DA SILVA MARIA

Resumo



O presente estudo foi desenvolvido a partir de uma pesquisa documental intitulada 223A relação entre o uso de psicofármacos e o processo de psicoterapia na vida adulta224, realizada no SIS 226 Serviço Integrado de Saúde da Universidade de Santa Cruz do Sul 226 UNISC. O contexto atual revela que a utilização de psicofármacos, concomitantemente ao tratamento psicológico, é cada vez mais comum, o que tem causado muitas inquietações e reflexões entre os profissionais que atuam na área da saúde, principalmente os Psicólogos. Percebeu-se que essa combinação se mostrou de forma mais prevalente nos tratamentos atuais realizados no Serviço Integrado de Saúde 226 SIS. Diante do exposto, torna-se recorrente os questionamentos quanto às possibilidades de relações das ciências que possam colaborar tanto no processo de tratamento, quanto no prognóstico do quadro clínico e sintomático dos sujeitos que estejam passando por sofrimento psíquico, considerando que a psiquiatria e a psicologia possuem instrumentos, métodos, recursos, discursos e fundamentos distintos. A partir desse contexto, este trabalho objetivou investigar e refletir sobre a relação do uso de medicamento associado à psicoterapia com adultos no SIS, buscando averiguar se o uso da medicação contribui ou não no prognóstico do tratamento em psicoterápico. A pesquisa norteou-se por uma abordagem quantitativa, descritiva e correlacional, que se desenvolveu a partir da análise dos prontuários de pacientes. Utilizaram-se prontuários dos anos de 2006 e 2011, de pacientes adultos, de ambos os sexos, com idade entre 18 e 59 anos (período definido como vida adulta pelo Ministério da Saúde) que foram atendidos pelos estagiários do curso de Psicologia.240 Analisaram-se os registros nos prontuários. Dessa forma, coletaram-se os dados referentes à evolução psicoterápica de paciente em uso de medicação psiquiátrica nesse período, bem como daqueles que não fizeram o uso da medicação. Utilizou-se um questionário fechado para coleta de dados. Após a coleta, os dados foram analisados a partir da estatística descritiva através do programa estatístico SPSS for Windows versão 17.0, abrangendo médias, frequências e porcentagens. Para os estudos de correlação entre variáveis será utilizado o teste do qui-quadrado. A partir da referida pesquisa foi possível verificar os pressupostos teóricos, culturais e sociais que norteiam a práxis das áreas do conhecimento que se propõem tratar do sofrimento psíquico e da saúde mental. Analisaram-se 502 prontuários, sendo que, desses, 393 foram de mulheres (78,3%) e 109 de homens (21,7%%). Constatou-se que 244 pacientes faziam uso de medicação associado ao tratamento psicoterápico e 216 não faziam uso desse recurso. O diagnóstico mais recorrente é transtorno de humor, depressão, seguido de transtorno de ansiedade e personalidade, portanto, as medicações mais utilizadas são os antidepressivos e os ansiolíticos. É significativo o número de pacientes que fazia uso de medicação antes de iniciar a psicoterapia, representando 36,5% dos pacientes. O tempo de tratamento gira em torno de 15 a 30 sessões para 52% dos casos. Os números de alta e abandono se equivalem, aproximadamente 40% em ambos os casos. O estudo indica a urgência da reflexão, discussão e problematização dessa temática.


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