VISITA DOMICILIAR VERSUS SALA DE ESPERA: ESTUDO DA PREVALÊNCIA DE SINTOMÁTICOS RESPIRATÓRIOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ DO SUL

ANA JULIA REIS, HELOISA D AGUSTIN POLI, LIA GONCALVES POSSUELO

Resumo


Introdução: A detecção precoce de casos de tuberculose (TB) é uma das estratégias fundamentais para o controle da doença. Os locais ideais de procura por tais casos são os serviços de saúde, públicos ou privados. Nessas instituições, realizar a busca ativa de sintomáticos respiratórios deve ser uma atitude permanente e incorporada à rotina de atividades de todos os membros das equipes de saúde. Nas áreas onde há visita domiciliar periódica do agente de saúde, a visita deve incluir a detecção de casos de TB entre sintomáticos respiratórios e contatos, principalmente de casos bacilíferos e de crianças. Objetivo: Verificar a prevalência de sintomáticos respiratórios e o perfil epidemiológico dos usuários das unidades básicas de saúde e estratégias de saúde da família do município de Santa Cruz do Sul. Metodologia: Realizou-se um estudo do tipo transversal, com amostragem de conveniência, nas ESF222s e UBS da cidade de Santa Cruz do Sul 226 RS. O estudo foi realizado pelo PET-Saúde Vigilância, no período de janeiro a julho de 2012. Durante visitas domiciliares e em salas de espera um formulário para preenchimento dos dados dos entrevistados foi aplicado. As variáveis contidas no formulário eram as seguintes: unidade de saúde, sexo, idade, profissão, número de moradores na residência, indicação se o questionamento foi realizado em sala de espera ou em visitas domiciliares, quantas visitas à unidade de saúde, se apresentou tosse por mais de 3 semanas, suor noturno, dor no peito, febre, emagrecimento, se já teve tuberculose e se possui contato com pacientes com TB. Os dados colhidos foram tabulados em planilha Excel e, posteriormente, analisados em SPSS 16.0. Resultados: No estudo realizado foram analisados 262 questionários. Deste total, 198(75,6%) foram realizados em sala de espera e 64 (24,4%) em visitas domiciliares; 197 (75,2%) entrevistados eram do sexo feminino; 37 (14,1%) apresentavam tosse por três ou mais semanas, sendo considerados sintomáticos respiratórios. Entre os sintomáticos respiratórios, 24 (64,9%) foram identificados em visitas domiciliares; 29 (78,4%) tinham ensino fundamental completo ou incompleto; 9 (24,3%) eram aposentados, 11 (29,7%) também apresentaram suor noturno; 14 (37,8%) tinham dores no peito; 5 (13,5%) apresentaram episódios de febre; 12 (32,4%) apresentaram emagrecimento; 9 (24,3%) tinham contato com pacientes com TB. Entre os pacientes considerados sintomáticos respiratórios foi encontrada média de idade de 48 anos. Entre os pacientes entrevistados nas salas de espera, o motivo da consulta não foi a tosse em nenhum dos casos sintomáticos respiratórios. Conclusão: Através destes dados podemos refletir sobre a importância da busca ativa de sintomáticos respiratórios, visto que, dentre os casos identificados pelo questionário, nenhum tinha como motivo da consulta a tosse. Logo, esse sintoma poderia não ter sido investigado no atendimento. Assim, podemos concluir que a busca ativa de sintomáticos respiratórios deve ser uma atitude permanente e incorporada à rotina de atividades de todos os membros das equipes de saúde, sendo o ACS uma peça chave neste processo, uma vez que a maior parte dos casos de SR foi encontrada nas visitas domiciliares.


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