RELATO DE EXPERIÊNCIA: PARTICIPAÇÃO DE PAIS NO 223GRUPO DE GESTANTES: CONSTRUINDO O CONHECIMENTO ACERCA DO NASCIMENTO224

ANGELICA ADAM BARTH, CAMILA CARDOSO RODRIGUES, FERNANDA ZANCO DOS SANTOS, GREICY MORALLES ALVES, VERA ELENEI DA COSTA SOMAVILLA, RENATA BECKER JUCÁ

Resumo


O 223Grupo de Gestantes: construindo o conhecimento acerca do nascimento224 desenvolve suas atividades desde 2004 no Serviço Integrado de Saúde, da Universidade de Santa Cruz do Sul.240 Este projeto de extensão conta com uma equipe multidisciplinar de estudantes e professores dos cursos de Enfermagem, Psicologia, Medicina e Nutrição. Nos encontros semanais e interconsultas com as gestantes e seus acompanhantes, são abordados temas como pré-natal, parto, cuidados com o bebê, aleitamento materno, alimentação saudável e saúde da mulher. Para trabalhar esses assuntos e promover o entendimento por parte das gestantes, os acadêmicos contam com recursos audiovisuais, além da participação de especialistas em alguns encontros. Historicamente o homem teve pouca participação na criação dos filhos, a qual era direcionada diretamente à mãe, que realizava todos os cuidados com os filhos, desde a concepção até a idade adulta, fato este que vem se modificando com alterações na sociedade mundial. Nos encontros do grupo, a presença dos pais foi um fato de grande destaque, onde estes, juntamente com suas companheiras, interagiram de forma assídua e participativa, trazendo questionamentos plausíveis e discussões relevantes, que engrandeceram as orientações realizadas. Essa participação proporcionou uma aproximação dos pais com a gestação, tornando-a um acontecimento do casal e não somente da mulher, já que ela é quem estabelece mais rapidamente um vínculo com o filho. Com o pai, a formação deste vínculo é mais tardia, estabelecendo-se, geralmente, somente no final da gestação e após o nascimento, pois é nesse momento que a paternidade se concretiza, como ressalta Piccinini et al. (2004). Segundo ele, a gestação é assimilada de forma diferente pelo homem e ocorre em três etapas: a primeira acontece no período de suspeita de gravidez, que causa um grande impacto inicial, até a sua confirmação e pode causar reações de desconforto, estresse e ambivalência; na segunda fase, onde os sinais físicos ainda não são evidentes, os pais ainda não sentem a gestação como uma realidade, causando assim uma distância emocional; a última fase ocorre geralmente no terceiro trimestre, onde os homens vivenciam a gestação como real e importante em suas vidas, tornando-se assim mais participativos nos preparativos da chegada do bebê, ou seja, a gestação exige do homem adaptações e mudanças a nível psicológico, biológico e social que devem ser trabalhadas no período de gestação. Dessa forma, salienta-se a importância dos pais no acompanhamento da gestação, já que auxilia no apoio emocional das mães e proporciona a segurança de ambos frente à gestação, a partir do compartilhamento de dúvidas e ansiedades. A partir das observações no grupo e revisões bibliográficas, concluímos que a relação pai-bebê merece a mesma atenção dedicada à mulher gestante, tendo em vista a sua relevante importância no desenvolvimento, senso de confiança e segurança da criança. É importante que os profissionais da saúde agreguem em seus cuidados a participação do homem nas atividades da gestante, a fim de estreitar os laços entre o casal, para que ambos possam vivenciar todas as experiências que ocorrem durante a gestação e que possam estar unidos e preparados para receber o seu filho.


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