ARTROPLASTIAS ASSOCIADAS À INFECÇÃO DO CENTRO CIRÚRGICO

JANETE APARECIDA ALVES MACHADO, MARCELO CARNEIRO, BRUNA FERNANDES PEREIRA, DEBORA CRISTINA HAACK BASSANI, JESSICA CHAVES, PATRICIA MICHELI TABILE, ELIANE CARLOSSO KRUMMENAUER

Resumo


Introdução: As cirurgias ortopédicas com próteses eletivas vêm se tornando cada vez mais comuns, configurando uma importante ferramenta no alívio do desconforto de pacientes acometidos por doenças articulares. A Infecção do Sítio Cirúrgico (ISC) é uma das principais infecções relacionadas à assistência à saúde no Brasil. As artroplastias estão associadas a taxas de ISC entre 1 a 5%, sendo que esses índices, provavelmente, podem ser maiores pela falta do acompanhamento clínico no período pós-operatório (período de até 12 meses). Objetivos: Avaliar a incidência de ISC em pacientes submetidos à cirurgia de artroplastia de quadril ou de joelho, a partir dos sinais clínicos, a fim de verificar a importância desses dados para o acompanhamento dos pacientes e o diagnóstico de infecção. Metodologia: Estudo transversal de abordagem quantitativa, de caráter descritivo e retrospectivo, com pacientes submetidos à artroplastia de quadril ou joelho, no Hospital Santa Cruz, da cidade de Santa Cruz do Sul, no estado do Rio Grande do Sul. Esses dados foram analisados no período de janeiro de 2009 a dezembro de 2010, para comparar os resultados obtidos durante o pós-operatório e os de busca ativa através de prontuários e contato telefônico em até 12 meses após a alta. Resultados: De um total de 134 pacientes submetidos à cirurgia, 6,7% (9 pacientes) desenvolveram ISC. Dos pacientes acometidos por ISC, todos apresentaram hiperemia, calor local, edema (sinais clínicos presentes na infecção) e cicatrização difícil. Dessa amostra, em 77,8% dos pacientes houve a presença de secreção purulenta, 22,2% desenvolveram vesículas/lesões/bolhas e 44,4% fistularam. Já 33,3% tiveram episódios febris. A média de sinais clínicos por paciente foi de 5,78. A frequência geral de ISC obtida por busca ativa hospitalar foi de 1,5%, enquanto que a relatada por contato telefônico após a alta foi de 6,7%. Isso representa um incremento de 450% na incidência de ISC. Conclusões: Verificou-se uma elevada subnotificação dos casos de infecção, já que houve um incremento estatístico significativo na incidência de ISC comparando o índice do contato telefônico após alta em relação ao da busca ativa hospitalar. Assim, em vista da presença de pelo menos três sinais clínicos de infecção nos pacientes com ISC e alta frequência de secreção purulenta, constata-se a importância da medicina clínica e da vigilância pós-alta por contato telefônico no acompanhamento dos pacientes pós-cirúrgicos durante o período de até 12 meses.


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