VER-SUS (RE)PENSANDO A FORMAÇÃO EM ODONTOLOGIA
Resumo
A formação acadêmica em odontologia exige meios para que os acadêmicos possam interagir com o Sistema Único de Saúde (SUS), esta interação pode ser intensificada pelas práticas de ensino em vivências e estágios. O trabalho relata as experiências com o olhar do acadêmico do curso de odontologia no projeto de Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS), que compreende uma estratégia da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. O objetivo do VER-SUS é estimular a formação de trabalhadores para o Sistema Único de Saúde (SUS), embasados pelos princípios e diretrizes do SUS e que estes se entendam como profissionais capazes de promover transformações. Tem como foco propiciar a vivência dos desafios enfrentados pelo SUS e aprofundar a discussão entre a diversidade de olhares dados aos serviços, usando como ferramentas o protagonismo estudantil e a multidisciplinaridade. Pensando nas lacunas existentes na formação, a UNISC, através do Grupo de Estudos em Saúde Coletiva (GETESC), organiza as vivências desde 2005. Neste ano, entre os dias 14 a 26 de julho de 2013, por meio do projeto, visitou-se serviços de gestão e atenção à saúde, assistência social e movimentos sociais dos municípios de Santa Cruz do Sul, Vera Cruz e Vale do Sol. Neste processo de ensino-aprendizagem, participaram 22 estudantes dos cursos de Administração, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Medicina, Odontologia, Psicologia e Serviço Social. A vivência proporcionou a construção de opiniões fundamentadas na prática do SUS, além de uma visão crítica em relação ao serviço odontológico prestado e contou com a contribuição dos demais cursos, a fim de observar, comparar e discutir as políticas de saúde pública. Ao observar a prática odontológica pode-se discutir sobre as dificuldades, como reflexo de uma formação curricular deficiente na interação com as politicas do SUS. O curso de odontologia apresenta poucos campos de estágio nos órgãos e serviços públicos, o que torna difícil para o acadêmico vivenciar a realidade. Há também uma dificuldade de interação com os outros cursos e com a forma de trabalhar a multidisciplinaridade. A partir da problemática observada, pode-se concluir que, faz-se necessário um profissional formado por uma prática humanizada com base na realidade social. Os estágios e vivências constituem dispositivos que permitem aos estudantes experimentarem um novo espaço de aprendizagem no cotidiano de trabalho das organizações e serviços de saúde. Sendo os cenários de ensino diversificados, é possível encontrar soluções e formar profissionais comprometidos ética, técnica e politicamente com as necessidades de saúde da população.
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