CRIANÇA NO AMBIENTE HOSPITALAR

THAIS COSTA SCHUTZ, CAUANA PFEIFER, MARISTELA SOARES DE REZENDE

Resumo


A internação hospitalar é uma experiência normalmente angustiante e preocupante para qualquer indivíduo, porém, os sentimentos podem estar potencializados quando se trata de uma criança. A hospitalização pode agravar a vulnerabilidade da criança, devido à mudança de rotina e traumas, devido aos procedimentos dolorosos, mas inerentes ao tratamento. A criança, diferente dos adultos, pensa, sente, age e reage muito rapidamente. tendo em vista os vários fatores que alteram a dinâmica das crianças, pode-se dizer que a doença se destaca, pois pode acarretar uma série de sensações desagradáveis. Ao serem hospitalizadas, ocorre o afastamento de seu núcleo familiar, escolar e, por vezes, o impedimento de brincar com os amigos. Tal fato pode interferir no seu tratamento e, por conseguinte, na sua recuperação. Dessa forma, vê-se a importância de minimizar os traumas enfrentados pela criança durante esse período. Frente a essa necessidade, o projeto de extensão, multi e interdisciplinar, "Atenção à Criança e ao Adolescente", desenvolvido pela Universidade de Santa Cruz do Sul, UNISC, no Hospital Santa Cruz, prioriza ações lúdicas, mas focadas na prevenção e reabilitação, sendo a promoção em saúde articulada e fortalecida em todas as dimenções com e a partir da Educação em Saúde. Logo, o objetivo desse trabalho é relatar as ações desenvolvidas junto às crianças internadas na unidade de internação pediátrica do Hospital Santa Cruz. Assim, foram realizados momentos como a "Hora do Conto" com dramatizações; festividades em datas especiais como Dia das Mães e Festa Junina; incentivo a ler, desenhar, pintar e brincar, disponibilizando o material necessário, como livros, canetinhas, lápis, papéis e jogos. Para "Hora do Conto" as crianças eram convidadas a ouvir histórias com temas diferenciados, sendo a promoção da saúde e prevenção de doenças os principais focos. A narradora, além de caracterizar-se de palhaça, e utilizar fantoche, dramatizava com uma fala adequada à idade dos ouvintes, buscando a atenção dos mesmo. Ao término, eram feitos questionamentos a respeito da história para avaliar o quanto assimilaram a proposta. Quanto às festas, com decoração alusiva às datas, estimularam as crianças a se divertirem. Na biblioteca do projeto, as crianças realizam desenhos e pinturas livres, valorizados ao serem expostos no mural. Os integrantes do projeto, nesse espaço, ao mesmo tempo em que propunham jogos se ofereciam a participar. Cabe destacar que essas ações buscavam ainda promover uma maior interação entre criança/adolescente e seus familiares, pois esses eram convidados a participar. Todas essas atividades procuravam criar um espaço em que a criança, mesmo doente, se sentisse realmente criança e à vontade, livres das limitações impostas pela doença, pelo tratamento e normas hospitalares. Nesses momentos, percebia-se que a criança interagia e expressava suas tensões e emoções como ansiedade, medo e angústia, através de seus olhares e movimentos. Da mesma forma, risos e olhares animados anunciavam seu contentamento com as atividades. Sabe-se que a criança não deixa de ser criança por estar doente. Assim, entende-se que essas atividades focadas no lúdico, ao promoverem a alegria das crianças, favorecem a aceitação do tratamento e uma recuperação mais rápida.


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