RELATO DE EXPERIÊNCIA GRUPAL

AMANDA ANUTE VITOR FERNANDES, FABIANE SILVA AZAMBUJA, JESON ANDRE THEISEN, LUCIANA MAURIN BORGES, MIGUEL ANGEL LIELLO

Resumo


Este trabalho tem como objetivo relatar uma experiência ocorrida num dos encontros de grupo com os funcionários da Associação Comunitária Pró-Amparo do Menor (COPAME). O Projeto COPAME é um trabalho interdisciplinar, pois conta com mais de uma área do conhecimento, dentre elas a Psicologia que, por sua vez, busca proporcionar a todos os funcionários, direção e equipe técnica momentos de reflexão, compreensão e solução de conflitos do âmbito profissional, através da conscientização dos sujeitos, assim proporcionando também diminuir as segmentações entre todos os que lá trabalham. A metodologia utilizada é de encontros quinzenais, com duração de uma hora e meia, onde participam todos os funcionários da COPAME, dentre eles, cuidadores, equipe técnica, funcionários da padaria e diretoria. O aporte teórico que norteia os trabalhos é a teoria fenomenológica existencial da Gestalt Terapia, que busca trabalhar com o que emerge no aqui e agora das reuniões grupais. Os encontros têm a proposta de formar um espaço de trocas de experiências, onde os participantes podem sentir-se acolhidos, desafiados e aceitos por todos, a partir desses momentos com o grupo. Em um destes encontros iniciou-se um novo processo, a partir da fala da supervisora da COPAME que propôs ser discutido no grupo a questão da interação com as crianças abrigadas na hora do pátio, sugerindo algumas ideias que poderiam ser feitas e procurando saber a opinião das cuidadoras em relação a isso. Houve um silêncio geral, parecia haver um desconforto com relação à proposta colocada. Somente alguns se manifestaram em relação a esse assunto. Com isso, foi sugerido aos participantes reunirem-se em duplas aleatórias, de preferência que se conhecessem o menos possível e falar um pouco de si para a dupla. Através da inflexão da voz, propôs-se identificar características no outro que antes não percebiam, incitando a interação e relação entre os indivíduos. Assim, o grupo estava dando o primeiro passo para conhecerem-se melhor, pois as duplas formadas não se restringiam à cuidadores (as) com cuidadores (as), mas expandiu o contato com outros funcionários. Com essa atividade, as duplas interagiram, conversaram, riram, algumas se emocionaram com os relatos que iam surgindo na conversa a dois, outras tendo a oportunidade de conhecer aquela pessoa que há tanto tempo trabalhavam juntas, mas que nunca tiveram a oportunidade de se conhecerem melhor. Houve momentos de descontração, de surpresas por descobrirem certas coincidências entre a dupla escolhida. Após esse momento, todos foram falando sobre o que perceberam através dessa influência mútua, o que puderam compreender através da voz do outro. Ao final da atividade, houve um clima de descontração, de alegria que pairou no ar. Entendemos que este foi um passo no caminho de conseguir uma maior vinculação para tornar a instituição mais coesa e unida. Com essa experiência suscitada no encontro relatado, pode-se ver mais significativamente os resultados de nossas intervenções, tornando-se claro para nós o quão importante é para a instituição este espaço de trocas de experiências e conhecimento dos seus integrantes, além de ser um meio efetivo de melhorar a comunicação e diminuir os conflitos.


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