OUVINDO COISAS: INSTITUINDO OUTRAS FORMAS DE ESTAR JUNTOS

DEISE FACCO PEGORARO, KAREN AMBROZI ÄERCHER, THIAGO DE LIMA VIEIRA, FABIANE RAQUEL CANTON, VALESKA MARIA FORTES DE OLIVEIRA, VALESKA MARIA FORTES DE OLIVEIRA

Resumo


O presente texto caracteriza-se por uma abordagem reflexiva/narrativa a partir da terceira edição do evento "Ouvindo Coisas" promovido pelo GEPEIS (Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação e Imaginário Social) do Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Maria, sendo o grupo coordenado pela professora Valeska Fortes de Oliveira. Este trabalho tem por objetivo apresentar o "III Ouvindo Coisas: Imagens de 20 anos - Imaginário, Memória e Formação", um evento pensado como uma oportunidade de reflexão sobre os formatos atuais de eventos na contemporaneidade. Este evento tem como principal aspiração promover experimentações sensíveis a partir do vivido, por meio de trocas, intercâmbios e escutas entre os pesquisadores, estudantes e curiosos que, por ventura, aventurem-se nas discussões concretas acerca do imaginário. Para tanto, consideram-se alguns eixos temáticos, os quais servem minimamente como norte para as discussões e são divididos da seguinte forma: imaginário e arte; imaginário em educação; imaginário, formação e cuidado; imaginário e cinema; imaginário, gênero e transgênero; imaginário, saúde e espiritualidade; e imaginário e inclusão. A metodologia utilizada no Ouvindo Coisas incorpora a proposição de um novo formato de evento na área educacional, que se faz e é feito a partir de provocações, com o intuito de criar momentos de diálogo e experimentações sensíveis a partir do vivido entre os convidados e o público envolvido sobre questões ligadas ao imaginário, à dimensão do coletivo nos diferentes espaços-tempos e formações sociais. O evento foge às formatações comuns em eventos e seminários de pesquisas em educação, quando utiliza-se do ouvir, do participar ao invés de só falar. Todos que ali se dispõem a participar são submetidos a todas as provocações e intervenções feitas, são provocados a participar. Para levar a cabo o proposto neste trabalho, lançamos mão de uma metodologia de observação participante, posto que todos os autores participam tanto da produção do evento quanto do evento em si. Esta metodologia, muito utilizada por etnólogos, tem por principal objetivo tentar descobrir a relação sistêmica entre os diferentes elementos da vida social. O que se pode perceber é que desde o princípio da organização e, portanto, como primeiro resultado, há uma movimentação do grupo promovente por acertar detalhes e promover, a cada edição do evento, um conjunto de provocações cada vez mais provocativas, com o perdão pela redundância. Provocar o imaginário, aquele da teoria do Castoriadis, é a forma que foi encontrada pra fugir de bases pré-estabelecidas de eventos. Assim, o GEPEIS aparece como impulsionador de outra possibilidade de (auto)formação, de aprendizagem, oportunidades que transcendem o instituído na sociedade. Portanto, a estética torna-se expressão, integrando ciência, educação, arte, música, fotografia, cinema, poesia e imaginário.


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