MELHORANDO OFICINAS DE EXTENSÃO A PARTIR DOS CONHECIMENTOS PRÉVIOS DOS ALUNOS.
Resumo
Serão relatadas, no presente trabalho, as atividades desenvolvidas no contexto do projeto de extensão "Desvendando o céu: Astronomia no Vale do Taquari" que ocorre na UNIVATES desde 2009. Diferentes estudos já desenvolvidos em nível nacional sinalizam para a deficiência do Ensino de Astronomia na educação básica, sustentada, em parte, pela formação insuficiente dos professores e em parte pela inadequação da linguagem nos livros didáticos utilizados na escola (LEITE E HOSOUME, 2007, LANGHI, 2011). Diante do cenário apontado, o projeto de extensão tem como principal objetivo contribuir para a melhoria do ensino de Astronomia na Região do Vale do Taquari, bem como divulgar a cultura científica e o conhecimento contemporâneo, na área da Astronomia. Procurando contemplar estes objetivos, o projeto oferece oficinas aos professores e alunos da região, nas quais são abordados diferentes temas de Astronomia, tendo também como finalidade propiciar uma metodologia diferenciada para o ensino de Astronomia. Na oficina intitulada "Estrutura e Evolução do Sistema Solar", buscando aperfeiçoar o trabalho conceitual e a abordagem metodológica, tem-se utilizado, ao longo deste ano, um questionário para levantamento das concepções prévias dos alunos, seguido de uma abordagem da dimensão e da estrutura do Sistema Solar por meio de imagens, maquetes e simulação das órbitas dos planetas em torno do Sol. São apresentadas aqui algumas concepções e ideias já identificadas em alunos que participaram dessa oficina. Ponderando algumas das respostas obtidas nos questionários, percebe-se que os alunos possuem dificuldades em classificar, por ordem de tamanho, os principais astros do Sistema Solar, sendo que poucos são capazes de classificar a Lua, Marte e Mercúrio como os três menores, ou, o Sol, Júpiter e Saturno como os três maiores astros. É também um importante indício que alguns até colocam a Lua como sendo maior que o Sol. A partir dessa análise inicial pode-se notar que muitos têm como referência o tamanho aparente desses astros, do ponto de vista da Terra, sem considerar que as distâncias dos astros até nós são diferentes. Há também desconhecimento sobre a constituição do Sistema Solar e dos planetas que o compõem. Assim pode se concluir que as escalas de tamanho e distância relativas dos planetas não são suficientemente exploradas nas escolas, talvez por serem assuntos que exigem conhecimento espacial. O mesmo questionário está sendo reaplicado em cada turma depois da realização da oficina, para avaliar em que medida as atividades estão contribuindo para a qualificação do conhecimento. Percebe-se que, mesmo com todos os recursos utilizados, ainda há persistência das concepções alternativas de uma parcela dos alunos. Há ainda poucos resultados posteriores às oficinas, porém já constituem indicativos de pontos a serem repensados, para melhorar a proposta e a eficácia do trabalho.
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