AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DA ANTISSEPSIA PRÉ-OPERATÓRIA DAS MÃOS DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE DO CENTRO CIRÚRGICO DE UM HOSPITAL DO INTERIOR DO RIO GRANDE DO SUL.
Resumo
INTRODUÇÃO: A infecção hospitalar ou IRAS (Infecção Relacionada240à Assistência240à Saúde) é conceituada como uma infecção que o indivíduo adquire durante o período de hospitalização ou após a alta, se esta estiver ligada ao procedimento realizado. Esse conceito se estende também para as Infecções de Sítio Cirúrgico,240que podem se manifestar até o trigésimo dia após a alta hospitalar e, em casos onde houver a colocação de próteses, até um ano após a alta hospitalar.240Esse tipo de infecção ocupa o segundo lugar no ranking das infecções hospitalares e aumenta os custos com a internação hospitalar, no que diz respeito ao tratamento medicamentoso e ao tempo de internação. A higienização das mãos é uma medida eficaz e econômica para prevenção destas infecções, pois impede que microrganismos presentes nas mãos dos profissionais de saúde sejam transmitidos para os pacientes. Estudos têm demonstrado que, após o procedimento cirúrgico, ocorrem microperfurações nas luvas da equipe cirúrgica, as quais passam despercebidas aos olhos do cirurgião. Os antissépticos mais utilizados na antissepsia pré-operatória são: a clorexidina a 2% ou 4%, iodopovidona e os alcoóis alifáticos como o isopropanol, etanol e n-propanol. Entre as técnicas de antissepsia das mãos, a escovação com escovas impregnadas de PVPI ou clorexidina é uma das mais utilizadas, apesar da Organização Mundial da Saúde não preconizar o uso de artefatos por ocasionar lesão residual na pele. Novas técnicas utilizadas na Europa estão ganhando espaço no Brasil, como por exemplo, a fricção de solução alcoólica que tem como vantagem menor tempo de secagem, fácil aplicação, efeito rápido e amplo espectro bacteriano. OBJETIVOS: Avaliar a microbiota presente nas mãos dos profissionais de saúde do Centro Cirúrgico de um hospital de ensino no interior do Rio Grande do Sul antes e após antissepsia pré-operatória, utilizando a técnica tradicional de escovação com escova de digliconato de clorexidina 2% e a técnica de fricção utilizando solução antisséptica alcoólica de dispensador automático. MÉTODOS: A amostra foi dividida em duas populações, onde uma população (n=15) realizou a técnica de escovação tradicional com conjunto escova/esponja contendo digliconato de clorexidina 2%, a outra população (n=18) realizou a antissepsia das mãos utilizando uma solução alcoólica retirada de dispensador automático. Foi aplicado um questionário sobre higienização das mãos a cada participante. A coleta dos espécimes foi realizada através de swab estéril240 das mãos antes e após a higienização e armazenado em tubos de ensaio com o meio liquido BHI (Brain Heart Infusion), após, foram realizadas as provas bioquímicas e coloração de gram para identificação das espécies, e antibiograma baseado no método de Ágar Difusão em Disco. RESULTADOS: Das 18 amostras coletadas do grupo que utilizou a técnica de antissepsia através de fricção com solução alcoólica, apenas 5 amostras apresentaram contaminação após a higienização das mãos. Já as 15 amostras do grupo que realizou a técnica de escovação utilizando escova de digliconato de clorexidina 2%, 12 amostras apresentaram contaminação após a antissepsia pré-operatória. CONCLUSÃO: a solução antisséptica alcoólica foi mais eficaz se comparada à técnica tradicional de escovação com digliconato de clorexidina 2%.
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