A INFLUÊNCIA DA SAÚDE MENTAL NO TRATAMENTO DE PACIENTES DIABÉTICOS: UM ESTUDO DO PET 226 SAÚDE DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS

BRUNO DITTBERNER DUTRA, MAIARA CONRAD DANIEL, MARLA PEDROSO MARTH, ALINE FERNANDA FISCHBORN, RAQUEL ROZENO, LUCIANO LEPPER

Resumo


Introdução: O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica que, ao ser diagnosticada, exige mudanças significativas nos hábitos diários de seus portadores. É possível destacar as mudanças alimentares, a prática de exercícios físicos, adesão a esquemas terapêuticos, tais como aplicações regulares de insulina e controle diário da glicemia. Todas essas alterações, somadas ao fato de apresentar em seu quadro clínico uma doença crônica, podem repercutir no equilíbrio emocional do paciente. Autores afirmam que sentimentos de tristeza, melancolia, irritabilidade, apatia, incapacidade de sentir prazer, insônia, capacidade diminuída de pensar com clareza, desejo de morte, entre outros, caracterizam a depressão. Objetivo: O objetivo deste estudo é verificar se existe ou não a presença de sintomas depressivos em pacientes diabéticos e se isto influencia na sua qualidade de vida refletindo em seu tratamento. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa quantitativa/qualitativa, tendo como base o questionário de Auto Relato - SRQ (self-reportquestionnaire). Foram aplicados questionários em 81 pacientes diabéticos, sendo 61 do sexo feminino e 20 do sexo masculino, com a média de idade de 60 anos. Todos os participantes mantém acompanhamento em uma Estratégia de Saúde da Família- ESF do Município de Santa Cruz do Sul. A coleta de dados foi realizada através de visitas domiciliares e na própria unidade de saúde no período de fevereiro a agosto de 2014. Os dados foram tabulados em Excel e, posteriormente, analisados. Resultados: De todos os entrevistados, 30 pacientes relataram possuir, além do diabetes, diagnóstico médico de depressão e utilizam 240tratamento medicamentoso para esse quadro clínico. Através de análise minuciosa de cada uma das 20 perguntas do referido questionário, foi possível perceber que 08 pacientes tinham ideia de acabar com a própria vida e 31 referiram encontrar dificuldades para realizar com satisfação suas atividades diárias. Esses dados demonstram a gravidade do assunto, pois a depressão apresenta alterações neuroquímicas e hormonais que teriam efeitos hiperglicemiantes e poderiam causar distúrbios no metabolismo glicêmico. Dessa forma, mais do que prejudicar a adesão ao tratamento do diabetes, comprometer o controle metabólico e aumentar o risco de complicações, o paciente pode cometer suicídio. Considerações finais: Percebe-se que os referidos sintomas de depressão fazem com que a pessoa não invista na sua vida e, por isso, não adere ao tratamento médico, o que prejudica sua qualidade de vida em todos os aspectos. Assim, se faz necessário, por parte da equipe de saúde, a manutenção de um olhar mais significativo para os sintomas psicológicos apresentados pelo paciente durante o diagnóstico das doenças crônicas. Sugere-se trabalhar com as equipes de saúde formas de abordagem voltadas para a saúde mental, através de cursos e palestras para que os profissionais possam desenvolver habilidades que lhes dêem segurança para lidar com determinados aspectos psicológicos, o que irá favorecer a assistência aos pacientes e a resolutividade da equipe.


Referências:


MOREIRA, R. O.240 et al. Diabetes Mellitus e Depressão: Uma revisão sistemática. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, vol. 47, nº 1, fev, 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abem/v47n1/a05v47n1.pdf


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