A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO MULTIDISCIPLINAR E INTERDISPLINAR NO PROCESSO DE REABILITAÇÃO NA PARALISIA CEREBRAL: UM ESTUDO DE CASO

Resumo

Introdução: O Serviço de Reabilitação Física - Nível Intermediário (SRFis), realizado na Clínica de Fisioterapia da Universidade de Santa Cruz o Sul (UNISC), é um programa que executa um projeto terapêutico individual, acompanhando usuários portadores de necessidades especiais, bem como seus familiares e cuidadores, numa perspectiva de atenção integral em saúde. Atualmente, é constituído por uma equipe multidisciplinar, composta pelas áreas da Fisioterapia, Serviço Social, Enfermagem, Psicologia e Medicina, além de contar com uma Terapeuta Ocupacional e uma Fonoaudióloga. O SRFis tem apresentado uma grande demanda de pacientes com alterações neurológicas, dentre elas, muitos indivíduos jovens com diagnóstico de paralisia cerebral. Esta patologia é o resultado de uma lesão que afeta o sistema nervoso central em fase de maturação, interferindo no desenvolvimento motor da criança, gerando padrões anormais de movimentos associados à alteração de tônus postural. Entretanto, dependendo da localização e extensão da lesão, disfunções não apenas sensório-motoras podem estar presentes, fazendo com que estes pacientes necessitem constantemente de um atendimento multiprofissional. Objetivo: Apresentar o trabalho multidisciplinar e interdisciplinar realizado entre Fisioterapia, Psicologia e Fonoaudiologia em um paciente com paralisia cerebral, juntamente de sua mãe, no SRFis durante o primeiro semestre de 2014. Metodologia: Este estudo se caracteriza por ser um relato de caso individual, onde o paciente avaliado, I.S.C, sexo masculino, 4 anos de idade, apresenta diagnóstico de paralisia cerebral espástica. No momento da avaliação fisioterapêutica, verificou-se que o mesmo não só apresentava significativo déficit sensório-motor, como também grande dificuldade de deglutição, além de relatado já haver adquirido pneumonia por aspiração e, consequentemente, cogitada a colocação de uma sonda gástrica. Observou-se também que a mãe do paciente apresentava grandes dificuldades emocionais diante da saúde do filho e de sua perspectiva de vida, considerando-se dessa forma, a importância de se buscar um atendimento multidisciplinar. Foram realizadas sessões de fisioterapia, uma vez por semana, na Clínica de Fisioterapia da UNISC, entre março e junho de 2014, em que foram trabalhados exercícios de mobilização passiva, estímulo de sensibilidade tátil, bem como do acompanhamento focal, através do trabalho lúdico. Uma vez por mês, o paciente recebeu atendimento fonoaudiólogo, em que foram passadas orientações à mãe acerca da alimentação e, paralelamente às sessões de fisioterapia, a mesma recebeu atendimento psicológico. Resultados: Ao final dos atendimentos, verificou-se que as amplitudes de movimento conseguiram ser mantidas, entretanto, não foram encontrados ganhos significativos, devido à gravidade do quadro do paciente. Observou-se também que, através das orientações da fonoaudióloga, o paciente conseguiu adquirir peso, melhorando sua saúde nutricional e, devido aos atendimentos psicológicos, a mãe conseguiu aceitar melhor a condição do paciente, assumindo responsabilidade pela melhora da qualidade de vida do mesmo. Conclusão: A interdisciplinaridade dentro do SRFis é uma realidade constante, uma vez que grande parte dos pacientes que chegam ao serviço dispõem de uma série de necessidades. Desta forma, a colaboração desenvolvida entre estas diferentes áreas de atuação, nos permitiu agregar maiores conhecimentos, estimulando nosso pensamento sistêmico.