PRÁTICAS INCLUSIVAS: REFLEXÕES SOBRE O ASSISTENCIALISMO E A ACESSIBILIDADE
Resumo
Este estudo é uma análise institucional que tem como campo de intervenção um serviço-escola de uma universidade do Vale do Rio Pardo. Com o propósito de repensar algumas práticas e pensamentos, a análise institucional visa a transformação a partir da autoanálise e, em consequência, a autogestão.240 Por se tratar de um serviço que tem como uma das demandas a inclusão e a acessibilidade de pessoas com deficiência, questiona-se neste estudo, quais são as práticas assistenciais nessa instituição e como são vivenciadas. Primeiro deve-se ter o entendimento da diferença entre dois termos muito importantes dentro dessa análise: o conceito de assistencialismo e o conceito de assistência social. Diz-se que uma prática é assistencialista quando esta produz corpos manipuláveis e dóceis, sendo um ato no qual a dominação impera. Por sua vez, a assistência social prioriza a emancipação dos indivíduos através da tomada dos direitos antes negados. A partir dessas práticas assistenciais ocorre a produção de sujeitos livres, conscientes e críticos. Ou seja, a diferença fundamental, e muitas vezes sutil, é que, pode passar de forma despercebida, é que em uma prática assistencialista é dado ou doado algo ao sujeito, mas não lhe é concedido seu direito. Em uma prática assistencial, políticas são pensadas para que o sujeito tenha sua cidadania e acesso aos seus direitos, resultando no empoderamento do mesmo. Partindo dessa diferenciação conceitual, pensar a acessibilidade fica um pouco mais fácil. Inclusão de pessoas com algum tipo de deficiência se configura no direito de acesso à saúde, educação, trabalho e lazer. Essa soma contribui para a inserção social que, consequentemente, resulta em vidas saudáveis. Sendo assim, apresentaremos as reflexões dessa análise a partir de observações de funcionários durante os atendimentos, bem como analisaremos as legislações vigentes e as falas durante reuniões do serviço.240 Essa análise busca compreender de que forma as práticas assistenciais do serviço unem-se à acessibilidade e que resultados esse conjunto produz nos sujeitos que utilizam o serviço. Pensamos também que esse estudo contribuirá para refletir sobre possíveis falhas deste serviço, que possam estar repercutindo nos funcionários e nos acadêmicos. Ademais, essa análise tem como propósito a definição do serviço, para que os profissionais e funcionários ali inseridos consigam realizar seu trabalho de forma mais clara e objetiva e, da mesma forma, transmitam aos acadêmicos que trabalhos exatamente são realizados ali.240
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