UTILIZAÇÃO DE KIT222S MOLECULARES NA CONSTRUÇÃO DE MODELOS TRIDIMENSIONAIS NA INCLUÇÃO DE ALUNOS SURDOS.

ANGELA CRISTINA KROTH, HEBERTON HORST KESSLER FOESCH, ANA LUCIA BECKER ROHLFES, WOLMAR ALIPIO SEVERO FILHO, NADIA DE MONTE BACCAR

Resumo


Introdução: Uma das maiores dificuldades no ensino de química encontra-se na limitação empírica e visual deste campo do saber, que se dá apenas de forma descritiva dos fenômenos químicos, com extrema dificuldade de captura dos fenômenos em si, limitando-se apenas a mudanças físico-químicas. Tendo esta dificuldade inerente ao ensino de química que se torna evidente no ensino convencional, a mesma é acentuada em turma inclusiva em que há alunos com alguma necessidade especial de qualquer ordem. Assim, são necessários outros métodos de ensino que possam transpor estas barreiras, construindo, desta forma, uma ponte entre o aluno e este campo do saber. Pensando nisso o subprojeto PIBID Química realizou uma intervenção em aula na turma 302 do terceiro ano na Escola Estadual de Ensino Médio Nossa Senhora do Rosário, na cidade de Santa Cruz do Sul/RS, em que estão incluídos alunos surdos. Objetivo: Visando a inserção dos alunos surdos nas atividades, a metodologia não deve ser apenas baseada em uma aula expositiva como no método tradicional, que se dá através da oralidade. Não há disponível, para o intérprete de LIBRAS, signos correlatos da linguagem química adotados na língua portuguesa. Com o propósito de superar esta lacuna da transliteração em LIBRAS pode ser feito o uso de recursos visuais que facilitarão a construção do conceito apresentado em aula tanto pelos alunos surdos como pelos alunos ouvintes. Metodologia: Foram fornecidos kit222s moleculares para que cada grupo de alunos pudesse montar e visualizar as moléculas orgânicas, a partir de uma listagem de exercícios de reconhecimento de funções orgânicas. Os alunos com auxílio dos kit222s puderam transpor as moléculas orgânicas do plano bidimensional do papel, normalmente empregado em sala de aula, para um modelo espacial tridimensional de tal modo que possam ter melhor visualização das funções orgânicas e de outros fatores implicantes que podem passar despercebidos. Resultados: Após esta prática de ensino notou-se que os alunos surdos e ouvintes desenvolveram maior interesse no estudo do conteúdo abordado em aula, pois para eles tornou-se mais fácil o entendimento do mesmo, uma vez que proporcionou uma atividade lúdica, em que os alunos naturalmente foram levados a questionamentos não só sobre as funções orgânicas, como acerca da geometria molecular provocada pelas ligações químicas. Entretanto observou-se uma dificuldade inicial dos alunos em geral na montagem das moléculas ocasionada pela passagem da representação bidimensional da molécula para a representação tridimensional. A atividade realizada foi tão bem recebida pelos participantes que uma turma de turno oposto, atendida pela mesma professora, que ao tomar conhecimento desta atividade, através de rede social, cobrou dela a realização da referida atividade. Conclusão: O uso dos kit222s moleculares possibilitou a inserção dos alunos surdos na atividade como um meio facilitador na visualização dos exercícios de reconhecimento de funções orgânicas, pois é através da visão que se dá a maior retenção dos conteúdos discutidos em aula e que no caso dos alunos surdos, é o principal meio de contato com o conteúdo exposto. Cabe ressaltar ainda que os kit222s não só podem ser usados como facilitadores no ensino, como do mesmo modo proporcionam uma atividade lúdica que estimula a aprendizagem do aluno.240


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