ESTUDO SOBRE A APLICAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO GEOTÉCNICA MCT PARA UM SOLO DE SANTA CRUZ DO SUL
Resumo
Inúmeros exemplos e experiências documentadas na literatura demonstram que é notável que as metodologias baseadas nas classificações geotécnicas tradicionais não funcionam de maneira adequada para solos oriundos de regiões tropicais e subtropicais, uma vez que as mesmas, por terem sido desenvolvidas em regiões de clima temperado, não levam em conta as peculiaridades desses solos. Entretanto, constata-se que a metodologia de classificação geotécnica MCT não vem sendo empregada rotineiramente em estudos geotécnicos na região de Santa Cruz do Sul. Em razão deste fato, não se tem um diagnóstico claro se essa metodologia traz respostas satisfatórias para a previsão de comportamento dos solos dessa região, embora a literatura técnica sobre o assunto aborde que a classificação é valida para qualquer tipo de solo, inclusive os que não sejam considerados tropicais ou subtropicais. Com o presente trabalho, vislumbra-se dar um primeiro passo para a disseminação do emprego e o aprimoramento da metodologia MCT no meio regional.240A metodologia utilizada para o presente trabalho consiste em uma pesquisa bibliográfica, abordando as limitações das classificações geotécnicas tradicionais e os principais dados obtidos através da classificação MCT. Também será realizada a caracterização de um solo pertencente a um horizonte B de um perfil de terreno localizado na cidade de Santa Cruz do Sul-RS, utilizando tanto as especificações baseadas nas classificações geotécnicas tradicionais, assim como a metodologia de classificação MCT para solos tropicais, através de ensaios de laboratório, realizando, a partir dos resultados, uma análise comparativa crítica e indicando o uso do solo estudado. Normalmente, ao classificar um solo, são levados em conta a granulometria e os limites de Atterberg. Variações de volume são indesejáveis, principalmente em camadas subjacentes ou constituintes dos pavimentos, porém, a utilização de apenas estes índices para a previsão das características expansivas não é correto, pois os solos das regiões subtropicais, apesar de apresentarem limites aceitáveis do ponto de vista tradicional, podem ser expansíveis. Visando analisar de forma mais exata as peculiaridades dos solos, Nogami e Villibor criaram a Classificação Geotécnica MCT para solos tropicais. Essa classificação é um subproduto da metodologia MCT (Miniatura, Compactado, Tropical), desenvolvida pelos mesmos, com o objetivo inicial de aproveitar mais apropriadamente, em bases de pavimentos, solos arenosos finos lateríticos, considerados inapropriados pelas classificações tradicionais. Os resultados obtidos a partir dessa classificação permitem a execução de rodovias com solos da própria região, que, muitas vezes, são considerados inapropriados pelas classificações tradicionais, levando a altos custos de remoção e transporte de um novo solo de outro local. Portanto, conclui-se que classificar os solos pela Metodologia MCT possibilita conhecer, de maneira mais precisa, as propriedades e comportamentos do solo, permitindo o seu emprego em camadas de aterro de rodovias, ou ainda como revestimento primário de baixo custo para estradas vicinais.
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